São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mais 3 fotógrafos que estiveram no local do acidente se entregam

MARTA AVANCINI
DE PARIS

Três fotógrafos que fizeram imagens do acidente que resultou na morte da princesa Diana se entregaram ontem à Brigada Criminal da polícia francesa.
Eles ficarão detidos por, no máximo, 48 horas para que polícia recolha seus depoimentos e faça uma investigação preliminar sobre a participação deles no caso.
Os nomes dos detidos não foram divulgados por causa do sigilo de investigação. Dois trabalham para a agência de fotografias LS Presse, em Paris, e o terceiro seria independente.
Como os seis fotógrafos e o motociclista suspeitos de envolvimento no caso, eles serão apresentados ao juiz de instrução Hervé Stéphan, responsável pelo inquérito, e provavelmente submetidos a investigação.
Já estão sendo investigados desde terça-feira: Nicolas Arsov (agência Sipa), Jacques Langevin (agência Sygma), Laszlo Veres (independente), Serge Arnal (agência Stills), Christian Martinez (agência Angeli), Romuald Rat (agência Gamma) e Stéphane Darmon (motociclista da Gamma).
O advogado da agência LS Presse, Gilbert Collard, confirmou à Folha que dois dos fotógrafos detidos são ligados à empresa. "Eles fizeram fotos do acidente e conseguiram sair do túnel antes de a polícia realizar as detenções", disse. Collard não quis dar mais detalhes sobre a situação dos detidos.
Os três fotógrafos estariam em dois carros e teriam sido vistos por policiais no momento em que estacionavam os veículos.
Eles teriam sido os primeiros fotógrafos a chegar ao túnel de l'Alma, local do acidente.
Laurent Sola, proprietário da LS Presse, admitiu anteontem que algumas fotos feitas por profissionais ligados à agência chegaram a ser comercializadas nas horas seguintes ao acidente que resultou na morte de Diana, Dodi Al Fayed e do motorista do carro, Henri Paul. Ele afirmou que as vendas foram suspensas depois que soube da morte da princesa.
Os três detidos podem ser apresentados ao juiz Stéphan antes do prazo máximo de 48 horas previsto para as investigações preliminares, já que as informações fornecidas por eles devem complementar as já contidas no inquérito.
Eles devem ser colocados sob investigação por homicídio culposo (involuntário) e por não-assistência a pessoa em perigo, como ocorreu com os outros sete suspeitos. Eles poderão ainda ser liberados ou permanecer detidos, dependendo da avaliação do juiz.
Ontem, dois membros da Scotland Yard, a polícia britânica, chegaram a Paris para acompanhar como observadores as investigações sobre a morte da princesa Diana. Segundo a polícia francesa, trata-se de cooperação técnica.
Guarda-costas
A direção do hospital Pitié-Salpetrière, em Paris, negou ontem que o guarda-costas Trevor Rees-Jones tenha perdido parte da língua e dos lábios por causa do acidente, conforme foi divulgado por jornais britânicos.
Rees-Jones era a quarta pessoa que estava no carro no momento da batida e o único sobrevivente.
Ele está internado e não corre risco de vida, mas deverá permanecer no hospital durante várias semanas. Seu estado é estável.

Texto Anterior: Empresa saudita oferece US$ 2 mi por carro; NY promove evento para homenagear Di; BBC e MPI vão lançar vídeos sobre princesa; Polícia interroga funcionários do Ritz
Próximo Texto: Iraque critica manobras turcas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.