São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 1997
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Empresa dá creche a crianças carentes

DA REPORTAGEM LOCAL

A Companhia Paulista de Fertilizantes (Copas) transformou duas casas desativadas de sua antiga sede, em Santo André (ABC, 20 km ao sul de São Paulo), numa creche para crianças carentes em idade pré-escolar da região.
Em operação desde abril de 1994 no bairro Campestre, a creche Luiz Boccalato, nome do fundador da empresa, atende hoje 111 crianças, a maioria habitante da favela Tamarutaca. A instituição só recebe crianças de famílias com baixa renda, normalmente em torno de dois salários mínimos mensais.
Uma triagem é feita para selecionar quem será atendido, em que se leva em conta as condições econômicas da família. Apesar de haver uma lista de espera, as crianças mais carentes são priorizadas.
Por isso, os filhos de funcionários da empresa são atendidos por outras creches, próximas à fábrica, em Mauá (29 km a sudeste de SP).
Parceria
Para implantar a Luiz Boccalato, a Copas "importou" know-how, por meio de parceria com a Comunidade Inamar de Educação e Assistência Social, uma entidade filantrópica especializada em administrar creches que é a responsável pela contratação, treinamento e coordenação das monitoras e professoras, além de coordenar e executar as atividades da instituição.
A fábrica cobre todos os custos, num total de R$ 250 mil por ano, o que inclui assistência médica, odontológica, nutricional e psicológica. Cerca de 30 profissionais trabalham na creche, que abriga as crianças das 8h às 17h. Todas recebem café da manhã, almoço, lanche e jantar, além de participarem de atividades pedagógicas, esportivas e serem alfabetizadas.
Um médico visita a creche uma vez por semana. Se detecta problemas, pode tanto prescrever um medicamento quanto encaminhar a criança a um posto de saúde.
Já a assistência odontológica é fornecida por 12 dentistas da região que recebem as crianças em seus consultórios. Eles só cobram os gastos com material, pagos pela Copas.
A empresa decidiu assistir crianças na faixa etária dos 3 aos 7 anos, por considerá-la a fase mais importante do desenvolvimento humano.
A maioria chega à instituição em algum estágio de desnutrição, a qual, se não for revertida, pode comprometer o crescimento e o aprimoramento intelectual.
"A criança assimila muito os conhecimentos nessa fase e, depois, quando for para a escola, dificilmente evadirá, pois já chega com a base da pré-escola", avalia a assistente social Maria de Lurdes Casemiro, coordenadora da creche.

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