São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chuva adia racionamento por um mês

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas do final de semana e de segunda-feira deram um mês de fôlego para a Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O racionamento de água em São Paulo, que poderia ser implantado, caso a seca continuasse, no final de outubro, foi "adiado" para o final de novembro.
A Sabesp só conseguiu avaliar o impacto das chuvas ontem, depois de ter os resultados das medições.
"O risco de racionamento foi significativamente reduzido, podemos prosseguir normalmente até novembro", disse Edison Airoldi, superintendente de produção de água da Sabesp.
"Só um retardamento excessivo das chuvas de verão, como ocorreu na temporada 85/86, quando as chuvas começaram no início de fevereiro, levaria ao racionamento. Mas isso iria contrariar as últimas previsões meteorológicas de que deverá chover neste mês."
Airoldi, entretanto, afirma que os consumidores devem continuar economizando água, evitando desperdícios.
"Reservar água em casa, por exemplo, é um exagero. Medidas simples, como fechar a torneira ao escovar os dentes, já ajudam", diz.
Os seis reservatórios da Grande São Paulo, que praticamente não haviam recebido águas de chuva este mês (veja quadro), estão com uma situação melhor.
Pelas medições feitas pela companhia, choveu mais nas áreas sul e sudoeste da região metropolitana. Os reservatórios mais beneficiados foram Cotia (sudoeste), onde choveu 72,3 mm, e Rio Grande (sul), com 64,5 mm.
Em terceiro lugar ficou o reservatório de Guarapiranga, na zona sul, responsável por 20% do abastecimento da região metropolitana, que recebeu 48,2 mm de chuva entre sábado e segunda-feira.
Até o dia 13, só havia chovido 3,6 mm no reservatório, quando a média histórica de setembro em Guarapiranga é de 79,6 mm.
O volume do reservatório já subiu de 50% para 51,4%.
Outro reservatório que não preocupa é o Cantareira (zona norte), responsável por 56% da produção, que trabalhava ontem com 66,1% de sua capacidade.
"Considerando o período de seca, a situação do manancial é boa", afirma Airoldi.
Folga menor
Atualmente, "a pedra no sapato" da Sabesp é o reservatório do Alto Tietê, na zona leste.
"Choveu menos lá (34,9 mm) e ganhamos uma folga menor, talvez mais dez dias", disse Airoldi.
Para gerenciar o risco e evitar que o racionamento atinja a área de influência do Alto Tietê, a Sabesp está retirando menos água do reservatório e abastecendo alguns bairros da área dele com água de outros centros produtores.

Texto Anterior: Folha exibe "Canudos" amanhã a professores
Próximo Texto: Greve dos carteiros chega ao 11º dia e acumula 6 milhões de cartas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.