São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Bomba na Irlanda do Norte ameaça futuro das negociações

Explosão atinge posto policial de cidade protestante

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

A explosão de um carro-bomba na Irlanda do Norte danificou ontem um posto policial junto à fronteira com a República da Irlanda. Por causa do ataque, unionistas exigiram que o Sinn Fein, braço político do IRA, seja excluído das negociações sobre o futuro político da Província britânica.
A detonação de 200 kg de explosivos não matou ninguém, mas causou grandes estragos no posto policial de Market Hill. O vilarejo tem 80% de população protestante e já sofreu cinco ataques do IRA.
Em uma chamada telefônica a uma rádio de Belfast, o IRA (Exército Republicano Irlandês) negou ser responsável pela ação. O grupo terrorista declarou um cessar-fogo em 20 de julho.
A suspeita é que o ataque tenha sido praticado por um grupo republicano dissidente. Dois deles, o Exército Nacional Irlandês de Libertação e o Conselho do Exército da Continuidade, não aderiram à trégua proclamada pelo IRA.
A possibilidade de republicanos e unionistas se sentarem à mesa de negociações, entretanto, ficou mais distante ontem.
Por causa do atentado, o Partido Unionista do Ulster manteve o boicote às sessões de negociação no castelo de Stormont.
As negociações são as primeiras com o governo britânico às quais o Sinn Fein é admitido oficialmente desde 1920. O partido, assim como o grupo terrorista, quer o fim do domínio britânico sobre a Irlanda do Norte e a união do território com a República da Irlanda.
O presidente do Sinn Fein, Gerry Adams, acusou os unionistas de usar o ataque como desculpa para não participar das negociações.

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