São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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SP está entre menores médias de morte

LUÍS PEREZ
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Apesar de ter 17% da frota nacional de veículos, São Paulo é uma das capitais onde há menos mortes no trânsito em números relativos -4,53 por 10 mil veículos.
Levantamento sobre as mortes no trânsito, referente a 96, foi apresentado ontem pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) na abertura da Semana do Trânsito, no Ministério da Justiça.
Vitória é a capital onde há o menor número de mortes (3,16 por grupo de 10 mil veículos). Em seguida vêm Porto Alegre (3,73), Florianópolis (3,91) e São Paulo. A campeã é Belém (PA), com 28,22 mortos para cada 10 mil veículos.
São Paulo tinha frota de 4,7 milhões de veículos em 96. No Brasil, esse total era de 27,5 milhões.
A cidade do Rio é a nona capital entre as que têm menos mortes -6,28 a cada 10 mil veículos.
Entre os Estados, a situação de São Paulo e do Rio é ainda mais favorável. Os dois só perdem para Minas Gerais, que registrou 6,04 mortes por 10 mil veículos.
O Maranhão é o Estado que registrou o maior número -34,03 mortes por grupo de 10 mil veículos. O Rio é o segundo Estado onde há menos mortes (6,55), e São Paulo, o terceiro (7,15).
A média de mortes no trânsito em todo o país foi de 9,78 (nos Estados) e 6,92 (nas capitais). Em 96, morreram 26.903 pessoas em acidentes de trânsito no Brasil. Se ainda vigorassem os índices de 1960, teriam morrido cerca de 100 mil pessoas no ano passado. Em 1960, a média de mortes por grupo de 10 mil veículos foi de 74,43, mas a frota era menor (veja quadro).
Números absolutos
Embora seja uma das cidades com menor índice relativo de mortes, em termos absolutos São Paulo lidera o ranking. Morreram no trânsito da cidade 2.133 pessoas em 96. Foram 35.276 acidentes, com 43.231 vítimas.
São Paulo foi a única cidade em que o número de vítimas fatais ultrapassou a casa dos milhares.
O ministro da Justiça, Iris Rezende, disse que a situação melhorou muito, mas que os índices do Brasil estão distantes dos registrados nos países mais desenvolvidos.
No Japão, por exemplo, há 1,8 morte por grupo de 10 mil veículos. Na Itália, esse índice é de 2,1, e no Canadá, de 2,3. Já a África do Sul tem número maior: 17,8. A campeã é a Coréia, com 22,3.
Outro assunto abordado na abertura da Semana do Trânsito foi o novo Código Nacional de Trânsito, que entrará em vigor 120 dias depois de sancionado pelo presidente da República.
Segundo o ministro, o novo código vai "incomodar os bolsos das pessoas", em razão das multas, que são mais pesadas, mas vão diminuir o número de mortes no trânsito.

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