São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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Advogado alega que a prova da acusação é ilegal

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Eduardo Pizarro Carnelós, que defende o estudante Ricardo Lisboa, disse ontem que a denúncia do Ministério Público contra seu cliente está baseada em uma prova ilegal: o reconhecimento feito pela dona-de-casa Luzia Sanches Salvetti, vítima do roubo do Mercedes.
A polícia fez uma reconhecimento fotográfico, que é uma peça sem validade jurídica. "Agora, qualquer reconhecimento pessoal do meu cliente estará viciado, pois a vítima já está predisposta a reconhecê-lo", afirmou Carnelós.
Segundo ele, essa é a única prova que existe contra seu cliente. Sobre as acusações feitas pelo garçom Abelar Rodrigues Pereira, Carnelós disse: "Ele é um notório mentiroso". Um taxista que o garçom dizia ter sido assaltado por Ricardo não reconheceu o estudante.
O advogado não quis adiantar o que iria fazer sobre a denúncia. "Estou estudando algumas alternativas. É importante lembrar que a denúncia ainda foi aceita pelo juiz da 4ª Vara Criminal. Uma pessoa não pode ser submetida a um processo sem justa causa."
Para Carnelós, a exploração política do caso irá continuar mesmo com a saída do pai de Ricardo, o coronel Claudionor Lisboa, do Comando Geral da PM.
"As pessoas ainda irão querer acusar o 'filho do ex-comandante-geral da PM do Covas'. Só não dirão que o pai está se valendo da função para proteger o filho. O caso do Ricardo está indelevelmente marcado pela exploração política", disse o advogado.
(MG)

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