São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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FMI sugere aos EUA frear o crescimento

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os Estados Unidos deveriam frear o ritmo de desenvolvimento econômico para afastar a possibilidade de pressões inflacionárias.
A advertência foi feita ontem por Michael Mussa, diretor do Fundo Monetário Internacional, às vésperas da reunião anual do FMI e Banco Mundial, em Hong Kong.
Os Estados Unidos vivem atualmente o mais longo ciclo de expansão econômica com inflação sob controle, o que tem surpreendido muitos analistas.
A teoria econômica ensina que crescimento vigoroso tende a ser acompanhado de inflação, e o combate a esse efeito colateral provoca desaquecimento, o que dá origem aos ciclos.
No caso dos Estados Unidos, a expansão não tem provocado inflação. A previsão do próprio FMI é que o Produto Interno Bruto (PIB) do país tenha crescimento de 3,7% neste ano, com inflação de apenas 2,4%.
Para o próximo ano, a projeção é de expansão mais modesta (2,6%), com inflação ainda menor (2,1%).
este ano e no próximo o desemprego ficaria em 5,2% e 5,3%, respectivamente.
Em Hong Kong, Mussa disse em entrevista a jornalistas que há vários fatores que têm permitido aos Estados Unidos manter os preços sob controle. Mas afirmou: "Essa situação não pode ser definitiva".
Um dos fatores a que ele se refere é o aumento da produtividade nos últimos anos, o que contribuiu para manter a inflação sob controle, mesmo em ambiente de expansão continuada.
Outro fator é o baixo índice de desemprego, que inibe as demandas salariais. Até agosto, a taxa estava abaixo de 5% da força de trabalho, a mais baixa dos últimos 25 anos no país.
Mussa aproveitou a entrevista para tentar acalmar o mercado financeiro sobre uma eventual elevação dos juros pelo Fed (Federal Reserve), o banco central dos Estados Unidos.
A elevação dos juros é o instrumento clássico para se tentar evitar o aquecimento inflacionário da economia.
Posição do Fed
O presidente do Fed, Alan Greenspan, tem relutado em aumentar os juros. Nas últimas reuniões do comitê de política monetária, ele argumentou que os fatores mencionados pelo FMI -desemprego baixo e ganho de produtividade- ainda têm um papel decisivo na contenção da alta dos preços.
A valorização do dólar nos mercados internacionais também ajuda no controle da inflação americana ao baratear as importações do país.

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