São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governo corta cesta básica e quer despejo
RUBENS VALENTE
"Essa invasão é uma afronta ao governo", disse ontem o secretário de Segurança Pública e integrante do Fórum da Questão Agrária, Joaquim d'Assunção Filipi de Sousa, 60, que até anteontem tentava acertar o envio do alimento para a próxima segunda-feira. O secretário afirmou que vai realizar o despejo das famílias, caso o proprietário consiga liminar favorável para a reintegração de posse. Sousa disse que o MST em Itaquiraí "não quer alimentação e muito menos reforma agrária". Para ele, o MST "tem suas razões legítimas" em outros pontos do Estado, mas não em Itaquiraí. "Parece que eles querem criar um triângulo de tensão, envolvendo o Pontal de Paranapanema, o Paraná e o sul de Mato Grosso do Sul". O comandante-geral da PM, coronel Francisco Libório, disse à Agência Folha que precisa de no mínimo mil PMs para cumprir uma possível ordem de despejo. Ele orientou a PM da região a não se dirigir à área invadida, para evitar um confronto com as famílias. Segundo estimativas de advogados do dono da fazenda, haveria entre 10 mil e 15 mil cabeças de gado na fazenda. Dirigentes ruralistas, ainda sem saber da invasão em Itaquiraí, reuniram-se com o secretário para cobrar o cumprimento de mandados de reintegração de posse. "Enquanto existir esse espaço de tempo entre a concessão da liminar e a execução da ordem, o fazendeiro vai continuar tendo seus animais abatidos e suas benfeitorias destruídas", disse um deles. Texto Anterior: MST faz, no MS, a maior invasão do ano Próximo Texto: Para MST, prisões de líderes no Estado têm motivo político Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |