São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Camargo faz corpo-a-corpo

CRISPIM ALVES

CRISPIM ALVES; OTAVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

"Ele é o novo comandante-geral", avisou um oficial, no início da noite de ontem, para dois soldados que acabavam de ser cumprimentados pelo coronel Carlos Alberto de Camargo quando ele deixava a praça da República, região central, onde concedeu uma entrevista e repetiu tudo o que já havia dito três vezes: anteontem de manhã, no aeroporto, à tarde, na Secretária da Segurança e ontem à tarde, no seu gabinete.
Cercado por homens de confiança, como Valdir Suzano, novo comandante do CPM (Comando de Policiamento Metropolitano), Camargo andou à procura do carro de uma emissora de TV -para a qual daria uma entrevista ao vivo- até a esquina da av. Ipiranga com a rua da Consolação.
Lá, em uma cena pouco comum, em se tratando de um PM, Camargo foi cumprimentado por alguns pedestres. "Esperamos que as coisas mudem" e "desejo boa sorte" foram algumas das frases ditas.
Não se sabe ainda se essa cena se repetirá ("Vou voltar para a rua sempre que for possível", declara Camargo), mas é justamente assim que o novo comandante-geral quer que seus subordinados sejam: conheçam e sejam conhecidos pela população, como em uma cidade interiorana.
"Não se pode implantar um policiamento comunitário em ruas onde as pessoas não se conhecem." O difícil é imaginar algo assim em uma cidade do tamanho de São Paulo e com todas as suas carências. Para Camargo, parece não ser um grande problema.
"A cidade é grande e tem muitas ruas, mas as ruas têm o mesmo tamanho. As pessoas moram em ruas e não em toda a cidade. Queremos que o policial seja conhecido pelos habitantes de uma determinada área", explica.
Suzano tentou seguir o estilo pregado pelo chefe, mas, a princípio, não mostrou a mesma habilidade. Ele saiu do quartel do comando geral por volta das 16h de ontem, dizendo que iria participar da operação.
Mas ele saiu do carro apenas duas vezes. Na primeira, para ser fotografado. Na segunda, para conversar com duas policiais que estavam em frente à estação da Luz. Menos de 15 minutos depois, voltou ao quartel.

Colaborou Otavio Cabral

Texto Anterior: Policiais evitam truculência na abordagem
Próximo Texto: A ação da PM de Carlos Alberto de Camargo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.