São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Liberalização gera dúvidas, diz ministro
DO ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG O Brasil vê a proposta do FMI (Fundo Monetário Internacional) em favor da liberalização do fluxo de capitais como controversa e sujeita a várias dúvidas, disse ontem o ministro da Fazenda, Pedro Malan.Brasil, Chile e Colômbia têm insistido na importância de se ter mecanismos de salvaguardas para países que não estejam preparados para eliminar de vez as restrições ao movimento de capitais. Ele admite que o FMI aceita a idéia de controles transitórios. "O problema são os detalhes", sugeriu o ministro. Por exemplo, é preciso saber qual será o mecanismo de aprovação das restrições. Se a proposta do Fundo for aprovada, países poderão pedir a manutenção de restrições transitórias, mas, teoricamente, caberia ao próprio FMI aprová-las. A forma do processo, no caso, é muito relevante. Implicações financeiras Outro ponto importante, disse Malan, é analisar com cuidado as implicações financeiras da liberalização. "Se ela vai expor os países a uma maior volatilidade e a um maior potencial de crise, é preciso ver quais os mecanismos para lidar com isso", lembrou. A proposta não vai ser decidida na reunião que está sendo realizada em Hong Kong. No máximo, terá novo impulso político. O FMI gostaria de poder ver aprovada a idéia já no próximo ano. A implementação, contudo, poderá demorar. Como se trata de mudar o convênio constitutivo do Fundo, isso equivale a mudar um tratado internacional. Ou seja, exige, na maioria dos países, uma ratificação dos parlamentos. Texto Anterior: Friedman propõe que fundo e Bird sejam extintos Próximo Texto: Malan reclama do FMI e da imprensa Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |