São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997
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Mercado prevê mais crédito para imóveis

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

A flexibilização das regras do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) que o governo deve aprovar na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no próximo dia 30, deve aumentar o volume de financiamentos para compra de imóveis, na avaliação de executivos da área de crédito imobiliário dos bancos.
"Os financiamentos vão aumentar porque haverá uma adequação das regras às necessidades modernas. Serão atendidas aquelas pessoas que não têm como comprovar renda e também aquelas que já têm outro imóvel próprio", afirma João Celso Bacchin, diretor de crédito imobiliário do Itaú.
"A economia informal cresceu muito e os agentes financeiros vinham reclamando da dificuldade de encontrar candidatos ao financiamento que se encaixassem nas regras do SFH", diz Fábio Nogueira, diretor do BankBoston.
Para Bacchin, as regras em uso são muito antiquadas. "Elas são da época do BNH, quando a tradição da renda familiar era muito importante. No novo sistema, vai valer muito mais o comportamento cadastral da pessoa, suas garantias e até uma entrada maior".
Negociações Segundo pessoas que participaram das negociações com o governo, dos atuais 56% dos recursos da caderneta que têm que ser aplicados no SFH, apenas 21% continuarão dentro das regras antigas.
Os outros 35% serão emprestados com a mesma taxa de juro do SFH, mas sem exigência de comprovação de renda.
O texto a ser aprovado pelo CMN, apurou a Folha, também incluiria outras flexibilizações. Uma delas seria a liberação de parte do compulsório de 15% que incide sobre a poupança para bancos que financiarem imóveis para população de baixa renda.
Outra alteração seria a permissão para que os 14% da carteira hipotecária sejam usados para a compra de debêntures imobiliárias e desconto de recebíveis.
Feira de Imóveis
Começa hoje na capital paulista a Imobiliária 97 - Feira de Negócios Imobiliários de São Paulo, o maior evento do setor.
No evento, o consumidor terá à disposição aproximadamente 12 mil imóveis dos mais diversos tipos. Os preços variam de pouco mais de R$ 4 mil a imóveis de US$ 7 milhões nos Estados Unidos.
O destaque da feira promete ser o financiamento para a compra do imóvel já pronto.
Além da Caixa Econômica Federal, que dispõe de R$ 200 milhões, estarão ofertando crédito imobiliário durante a feira os bancos Itaú, BankBoston, Real e Bandeirantes.
O BankBoston tem R$ 200 milhões para o setor e o Itaú quer financiar R$ 500 milhões até o final do ano.

A feira acontece na Fundação Bienal, no Parque do Ibirapuera, de hoje até dia 28.

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