São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997
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Livro explica o estilo brasileiro de administrar

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os brasileiros não gostam de viver em situações de conflito.
Esse traço cultural é tão marcante que uma pesquisa feita em 11 países com diretores de empresas mostrou que em nenhum país é tão forte quanto no Brasil a convicção de que haveria ganho para as organizações se os conflitos pudessem ser eliminados.
Esse é um dos dados citados no livro "O Estilo Brasileiro de Administrar", de Betânia Tanure de Barros e Marco Aurélio Spyer Prates, ligados à Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte (BH).
O livro partiu do princípio de que existe um estilo de administrar peculiar a cada povo. No caso brasileiro, as principais características culturais que marcam o estilo administrativo seriam concentração de poder, personalismo, desejo de evitar conflitos e postura de espectador.
A combinação dessas particularidades entre si acaba, por sua vez, determinando outros traços culturais, como formalismo, paternalismo, lealdade a pessoas (em contraposição à lealdade a princípios), flexibilidade e impunidade.
É a partir desse quadro que se explica a existência de figuras, muito comuns nas empresas brasileiras, como a do "pai patrão" (que concentra o poder e dispensa benesses de forma paternalista) e a do "espectador", que acha que assumir responsabilidades é para os outros.

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