São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997 |
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Mercosul dirá como aceitar "fast track"
DENISE CHRISPIM MARIN
Se o projeto de lei do "fast track" apresentado por Clinton nesta semana for aprovado sem alterações no Congresso, o Mercosul deverá exigir que os EUA aceitem: 1) o fim das negociações da Alca ocorrerão apenas em 2005; 2) a implementação do conjunto dos acordos da Alca se dará somente depois que a discussão de todos esteja concluída e que seja aceita pelos 34 países. Ao longo das negociações da Alca que ocorreram neste ano, o Mercosul firmou sua posição de não negociar a integração dos 34 países do hemisfério antes de o governo dos Estados Unidos obter o "fast track" do seu Congresso. No projeto encaminhado por Clinton, apenas uma das sessões contempla as negociações da Alca. É a que trata de acordos tarifários e não-tarifários. Nessa mesma sessão está previsto que o "fast track" terá validade por quatro anos (até 2001), com possibilidade de prorrogação por outros quatro (até 2005). Mas a prorrogação está condicionada à avaliação satisfatória do Congresso norte-americano das negociações em curso até 2001. Se as discussões não atenderem aos interesses de empresários e outros setores do país, dificilmente haverá extensão por mais quatro anos. A pressão dos norte-americanos deverá, portanto, estar concentrada no aumento do ritmo das negociações da Alca e na discussão do tema que lhe é mais caro -a redução geral de tarifas de importação nos 34 países. A Folha apurou que é justamente esse ponto que leva o Mercosul a impor as condições. Nas negociações de 97, os quatro países do Mercosul se mantiveram coesos na idéia de que as discussões sobre a redução tarifária ocorreriam em uma terceira e última fase e que a Alca demandaria doses de prudência. O projeto de Clinton não impõe restrições à negociação com blocos econômicos -como é o Mercosul. Mas garante ao Congresso maior poder de acompanhamento das negociações sobre os acordos. Texto Anterior: Financiamento a exportação cresce 143% Próximo Texto: Para o FMI, controlar capitais é desafio Índice |
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