São Paulo, sábado, 20 de setembro de 1997
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Irônico, Scolari prega o 'futebol-arte'

DA REPORTAGEM LOCAL

As expulsões de Amaral e Marquinhos contra o Bahia e as críticas em relação ao estilo de jogo faltoso do Palmeiras fizeram com que o técnico Luiz Felipe Scolari prometesse ontem, em tom irônico, a volta do "futebol-arte".
Segundo ele, a equipe palmeirense "vai mudar de estilo" no Campeonato Brasileiro.
A partir do clássico de amanhã, contra o Santos, os jogadores estariam "proibidos" de cometer mais de duas faltas por jogo.
"Quem fizer isso, será imediatamente sacado. Também vamos estudar algum tipo de multa para quem fizer faltas graves", disse ontem o treinador, que não soube apontar um time brasileiro, ou estrangeiro, que adote esse estilo atualmente.
Scolari afirma que a intenção é voltar aos tempos da Academia palmeirense, de Ademir da Guia e companhia, na década de 70.
Na realidade, o técnico vê uma espécie de complô da imprensa paulista contra seu trabalho.
"Vamos jogar bonito como vocês (repórteres) querem. Se não der para classificar, paciência."
Scolari acha que a imagem que ele tem no eixo São Paulo-Rio está prejudicando o Palmeiras.
"Falam que sou violento, que dou treinos duros e outras coisas do tipo. Isso acontece em todos os clubes. Mas só falam daqui. Essa imagem, falsa, faz os juízes apitarem contra o nosso time."
Segundo levantamento do Datafolha, o Palmeiras é a quarta equipe mais faltosa do campeonato -média de 26,7 por jogo.
"Podem ver a partida contra o Bahia. Não fizemos nenhuma falta violenta. A arbitragem estava previamente calculada", disse.
Francisco Dacildo Mourão, que apitou Bahia e Palmeiras, aplicou oito cartões amarelos no jogo -quatro para cada time.
Dois jogadores palmeirenses foram expulsos, contra um do Bahia. Scolari reclamou muito da expulsão do meia Amaral. Segundo o técnico, o meia não cometeu faltas violentas.
"Ele ainda tomou uma cotovelada na boca e não revidou. O juiz não expulsou o jogador do Bahia no lance."
A cotovelada fez Amaral perder dois dentes. "Não vi quem me acertou", afirmou.
O meia acha fácil se adaptar ao "novo estilo" do treinador Palmeirense. "Foi desse jeito, com marcação forte, que eu ganhei vários títulos no Palmeiras e fui negociado com o exterior."
Amaral será substituído por Galeano amanhã, no clássico contra o Santos. O zagueiro Júnior Tuchê entra na vaga de Cléber, também suspenso.
Alex, machucado, é dúvida. Caso não possa jogar, Scolari deve escalar Heribero, no meio-campo.
"Estamos estudando as possibilidades", disse o técnico.

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