São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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Bancos emperram as operações

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da diversificação das linhas de crédito, produtores rurais de diversas partes do país e sete fabricantes de máquinas agrícolas ouvidos pela Folha afirmam que os bancos acabam emperrando os financiamentos agrícolas.
"Para os bancos, a agricultura ainda não é suficientemente interessante", afirma o vice-presidente da Anfavea, Persio Luiz Pastre.
"O setor agrícola não sofre nenhum tipo de restrição e continua recebendo normalmente financiamentos", rebate Ozias Costa, diretor de crédito rural da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos).
Segundo Costa, o risco de inadimplência do setor agrícola era alto em 1994 e 95.
Atualmente, diz ele, a inadimplência voltou a um índice considerado normal pelos bancos, cerca de 1,5%.
"Na verdade, quem tem condições de pagar não sofre problema nenhum para obter financiamento. Isso não só nos bancos, mas em qualquer lugar", diz.
Ele afirma que a garantia exigida pelos bancos, no caso de financiamento para compra de tratores e colheitadeiras, é a própria máquina vendida ao agricultor.
Costa diz que o produtor não tem motivos para reclamar. Segundo ele, em 96, havia apenas uma linha de financiamento. Atualmente, há cinco linhas.
Segundo Costa, em dezembro de 94, havia R$ 4,3 bilhões destinados pelos bancos ao crédito rural. Em julho último, esse valor chegou a R$ 10,2 bilhões.
As indústrias de máquinas agrícolas admitem que os bancos tiveram problemas com a inadimplência do setor agrícola no passado.
Para a maior parte delas, porém, os bancos continuam considerando o agricultor um cliente de risco.

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