São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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Covistas querem compensar perdas de SP com Lei Kandir

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo espera contrapartida financeira da União para compensar as perdas que o Estado teve com a Lei Kandir. Essas compensações podem melhorar as relações entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Mário Covas (PSDB).
A compensação pode chegar na forma de liberação de recursos para obras no Estado. Ao isentar o ICMS de parte das exportações, a Lei Kandir tirou dos cofres paulistas mais de R$ 800 milhões em 97.
Auxiliares de Covas acham que essa é a única forma de pacificar o PSDB paulista. De todos os governadores, segundo esses tucanos, Covas foi o que fez o maior esforço para equilibrar as finanças públicas. As contas paulistas se equilibraram após 20 anos de déficit.
Melhoria de imagem
Na hora de aplicar os dividendos desse ajuste, segundo esses covistas, a Lei Kandir anulou qualquer possibilidade de aplicação desses recursos. Covas contava com esse dinheiro para obras que melhorassem sua imagem política.
Sem um programa forte de investimento em obras na reta final de seu governo, Covas dificilmente terá condições de enfrentar Paulo Maluf na eleição de 98. A Lei Kandir tirou de Covas essa alternativa.
A Lei Kandir foi um dos motivos que levaram Covas a anunciar que não é mais candidato à reeleição. Para covistas, a compensação não foi tema da conversa de anteontem entre Covas e FHC.
Mas a reivindicação já chegou a FHC. Um dos casos citados como exemplo do destino dos recursos federais seria o programa de estradas vicinais. Mas há outras áreas necessitando dessas verbas.
Para os covistas, FHC tem obrigação de oferecer condições para a recuperação financeira paulista. Como a Lei Kandir dificilmente será alterada, acreditam que resta ao governo a fórmula de compensar o Estado com investimentos.
Nada garante que Covas mude de opinião e aceite se candidatar à reeleição, caso esses recursos sejam liberados. Mas os peessedebistas paulistas entendem que esse é um primeiro passo para convencer o governador a mudar de opinião.

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