São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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Oposição se divide sobre lei eleitoral

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado federal Aldo Arantes (PC do B-GO), líder do bloco dos partidos de oposição, criticou ontem a proposta de boicote à votação do projeto de lei eleitoral, que tem sido defendida pelo PT.
O PT é um dos partidos que integram o bloco, juntamente com o PDT e o PC do B.
O protesto defendido pelo PT se deve às mudanças que o Senado fez no texto aprovado pela Câmara no mês passado. Para os petistas, as alterações favorecem o governo e dificilmente serão eliminadas na segunda votação na Câmara, que deve ocorrer amanhã.
"Como líder do bloco, digo que temos de votar contra os absurdos da lei. Não ganharemos nada com um boicote à votação", disse Arantes.
Entre os "absurdos" que o líder do bloco pretende derrubar está o item que considera válidos os votos brancos nas eleições para deputado federal, deputado estadual e vereador.
A oposição acha que a regra prejudica os pequenos partidos na distribuição de vagas na Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais.
O líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), anunciou que, na questão dos votos brancos, o partido vai votar com a oposição. Não há acordo, porém, em relação a outros pontos polêmicos.
O deputado João Paulo (SP), representante do PT nas discussões sobre a lei eleitoral, considera insuficiente mudar as regras sobre os votos brancos.
Segundo a avaliação do partido, o projeto aprovado pela Câmara foi "desfigurado" pelo Senado, que eliminou os artigos que previam o financiamento público de campanhas e estabeleciam limites de gastos nas campanhas.
O relator do projeto, deputado Carlos Apolinário (PMDB-SP), vai dar parecer contrário a todas as alterações feitas pelos senadores que beneficiam o governo.
O relator, porém, não conta com o apoio do PFL, do PSDB e de parte da bancada do PMDB.
Apolinário também pretende convencer o PT a desistir do boicote. "Sem o PT, o governo vai fazer uma festa", afirmou.

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