São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Motta diz que não vai ceder a pressões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, afirmou ontem que não cederá às pressões para mudar os critérios do edital de venda das concessões de TVs pagas, embora pretenda avaliar os argumentos contrários às regras.
"Nós não cederemos às pressões, não mudaremos os critérios", disse Motta, referindo-se a lobby que está sendo feito pelas Organizações Globo e pela TVA, do Grupo Abril.
Conforme a Folha noticiou no último domingo, a Globo e a TVA estão pressionando o governo a reavaliar o sistema de pontuação a ser adotado pelo ministério no edital de venda das concessões, que deverá ser divulgado no dia 1º de outubro.
O sistema de pontuação tem o objetivo de facilitar a entrada de novos competidores no mercado.
As duas empresas são líderes do mercado nacional.
Somente as Organizações Globo (que comanda as Net SP, RJ, Recife, Brasília, Sul e PR, a Multicanal e a Unicabo) domina 70% do mercado, por meio de associações com outras operadoras.
Segundo o edital, as empresas que tiverem 14 ou mais concessões de qualquer serviço de telecomunicações perderão dez pontos em relação às que não têm concessão.
A Globo e a TVA argumentam que, por esse critério, as empresas estrangeiras levam vantagem sobre as nacionais.
O ministro disse que vai avaliar a posição das líderes do mercado nacional.
"Estamos simulando fórmulas matemáticas para ver se procede a argumentação."
Ele disse que vai "flexibilizar" os itens do edital, mas não adiantou que mudanças serão feitas.
Reivindicações
"Vamos atender a reivindicação sem que se prejudique a tese (favorável à concorrência)", disse Motta. A venda das novas concessões de TVs pagas estava sendo protelada desde 1995.
O mercado de TV paga atende a 2,3 milhões de assinantes no país, incluindo os sistemas via satélite, por cabo e por microondas.

Texto Anterior: Argentina mantém proposta de rotação
Próximo Texto: Intervalo comercial
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.