São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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FHC vê manobras atrás de protecionismo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que é necessário adotar uma "posição de cautela" diante do comportamento de alguns países que estariam usando o argumento da defesa ambiental como "pretexto para práticas protecionistas".
A declaração foi feita por FHC durante a abertura da primeira Conferência Latino-Americana para o Desenvolvimento Sustentável e de Competitividade, ontem, em Brasília.
"O Brasil quer continuar crescendo de maneira limpa e sustentável, no nosso interesse e no interesse de todos", disse o presidente. "Queremos compromissos internacionais claros e realistas na área do meio ambiente, pois não vamos aceitar pagar o preço do crescimento dos outros", completou.
O presidente reiterou sua proposta de formação de um "fundo de desenvolvimento limpo". Essa proposta havia sido feita em junho, em Nova York, durante conferência sobre o meio ambiente promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A idéia de FHC é que setores públicos e privados dos países desenvolvidos que não cumpram as obrigações de reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa repassem recursos para países em desenvolvimento para o financiamento de atividades antipoluentes. É o princípio do "poluidor pagador", segundo o presidente.
Alca
FHC disse que a formação da Alca é um dos temas "de maior complexidade" da agenda internacional brasileira. Ele afirmou ainda que Alca "só se justifica se beneficiar, de maneira equilibrada, todas as nações que participam do processo hemisférico".
O presidente da Costa Rica defendeu o bloco econômico. "Os vetos à Alca incomodam. Nós todos, da América, formamos uma aldeia global", afirmou Figueres.
"O futuro não será a continuação do passado, será completamente diferente. A Alca é o novo Cristóvão Colombo, nos unirá a todos, independentemente das regiões e do nosso passado", disse o costa-riquenho.
FHC disse ainda que a implantação da Alca depende em grande medida da participação do setor privado, tanto de empresários como de trabalhadores. "De agora em diante só tende a crescer o papel do setor empresarial", disse.
Brasil e Costa Rica formaram protocolo para trabalho conjunto nos estudos de mudanças climáticas. Está em negociação e deve estar concluído até dezembro um protocolo internacional nessa área, que deverá ser efetivado na Conferência de Kioto sobre Mudança do Clima.

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