São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Concorrentes fazem críticas à cláusula 8
MAURICIO ESPOSITO
A expectativa dessas empresas é que o governo adote medidas para limitar a abrangência do contrato à CNPP, no interior paulista. A principal crítica refere-se a uma cláusula do contrato entre a OPP e a Petrobrás, a de número 8. Segundo interpretação dos concorrentes, essa cláusula determinaria que qualquer proposta de empreendimento futuro da estatal na área petroquímica teria que ser, obrigatoriamente, oferecida primeiramente à OPP. "Esse acordo vai na direção correta, que é a de parcerias com a Petrobrás para a criação de grandes empresas, mas a cláusula 8ª passou dos limites", afirmou Armando Guerra, presidente da Unipar, empresa petroquímica concorrente da Odebrecht em alguns empreendimentos. "Por que a Petrobrás escolheu a Odebrecht e não outra empresa?", questionou Guerra. Segundo o presidente da Unipar, esse tipo de cláusula faz com que a Odebrecht participe e usufrua do atual monopólio da Petrobrás. Para ele, o governo terá que analisar o contrato e limitar a sua abrangência ao pólo petroquímico de Paulínia. O presidente da Unipar afirma que não pretende, no momento, contestar formalmente o contrato da OPP com a Petrobrás nos órgãos governamentais reguladores da concorrência. "Esse contrato será melhor explicado", avaliou. Sensibilizar "Vamos tentar mostrar ao governo que as cláusulas do contrato entre a OPP e a Petrobrás geram privilégios que não são razoáveis para uma empresa pública", afirmou Armando Guedes, diretor responsável pela área petroquímica do grupo Suzano. Segundo ele, se a cláusula fosse limitada à atuação da Petrobrás em Paulínia, não haveria controvérsia a respeito. "Localmente esse tipo de contrato faz sentido, mas a abrangência que tem não é razoável", disse o diretor do grupo Suzano. Guedes, que é presidente do Conselho de Energia da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e ex-presidente da Petrobrás, afirma que as empresas petroquímicas querem "sensibilizar" o governo. "Ainda estamos pensando sobre o que fazer", disse. (ME) Texto Anterior: Câmara pode convocar Brito e Rennó Próximo Texto: TCU pede informações para estatal Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |