São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
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Bill Clinton nega ter violado lei eleitoral

Promotor independente pode investigar caso

DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, se defendeu ontem da acusação de ter violado lei de 1883 que proíbe o uso de edifícios públicos federais para arrecadar fundos para campanhas eleitorais.
"Eu acredito que o que eu fiz e o que o vice-presidente (Al Gore) fez foi legal", afirmou Clinton em Nova York, onde participou da abertura da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas.
Gore, que está em Moscou em visita oficial, admite ter feito telefonemas desde a Casa Branca para solicitar doações para a campanha de 1996. Clinton afirma não se lembrar, mas admite a possibilidade de ter feito o mesmo.
Os advogados dos dois dizem que o espírito da lei de 1883 era impedir que autoridades coajam funcionários públicos a contribuir para suas campanhas e que, quando tal pedido é feito para alguém que não está em prédio público nem trabalha para governo, ela não está sendo desrespeitada.
Os telefonemas são apenas parte das acusações feitas contra Clinton e Gore em relação ao financiamento de sua campanha de 1996.
Há suspeitas ainda de que ela se beneficiou de contribuições de cidadãos, empresas e governos estrangeiros e da venda de acesso ao presidente e à Casa Branca.
Promotor independente
A secretária da Justiça, Janet Reno, poderá nomear um promotor independente para apurar o caso se achar, após a investigação inicial, que há evidência suficiente apontando para uma eventual culpabilidade de Clinton ou Gore.
Promotores independentes (eles respondem ao Judiciário, não ao Executivo) podem ser constituídos sempre que o secretário da Justiça (nomeado pelo presidente) achar razoáveis acusações de crime contra integrantes do primeiro escalão do governo federal.
Reno nomeou quatro promotores no governo Clinton: o do caso Whitewater (que já condenou 13 pessoas próximas de Clinton), e os do secretários Henry Cisneros, Mike Espy e Ron Brown.

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