São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Dentista defende pesquisa
OTÁVIO DIAS
Krassi, que não revelou sua idade, nega que os pacientes fossem submetidos aos testes até que seus dentes estivessem totalmente comprometidos. "Quando aparecia o primeiro sinal de cárie, a experiência era interrompida." (OD) Folha - O sr. participou da pesquisa? Bo Krassi - Sim. Fui um dos pesquisadores. O experimento foi feito há 50 anos, quando a cárie dentária era um de nossos problemas mais sérios. Folha - Na sua opinião, a utilização não-voluntária de doentes mentais não é aética? Krassi - Naquela época, o experimento não foi considerado aético. Foi uma decisão aprovada pela Comissão de Ética. Folha - Essa comissão era um órgão do governo sueco? Krassi - Sim. Você tem filhos? Pode imaginar uma criança de três anos sem nenhum dente na boca? Essa era a situação. Folha - Mas não houve abuso contra os doentes mentais? Krassi - Não. Havia um controle cuidadoso. Assim que aparecia o primeiro sinal de cárie, o experimento era interrompido. Eles não sofriam. Folha - O experimento é responsável pela baixa ocorrência de cárie na Suécia hoje em dia? Krassi - Em parte, sim. O conhecimento que resultou desse estudo foi utilizado em todo o mundo. Texto Anterior: Suécia usou deficiente mental como cobaia Próximo Texto: Medicina e ética em discussão Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |