São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EM BUSCA DAS EXPORTAÇÕES

O acompanhamento das contas externas, sobretudo de exportações e importações, tem hoje a importância que tinham os índices inflacionários.
É o termômetro por excelência, não da saúde da economia, mas do maior ou menor sucesso da política econômica. Como se sabe, especialmente após a crise mexicana e mais ainda depois da asiática, a capacidade governamental de manter a estabilidade nos trilhos decorre principalmente de controlar as contas externas.
Há sinais bastante promissores de que, sem poder alterar a política cambial, os esforços do governo trazem alguns resultados. São várias as medidas dos últimos meses, da imposição de pagamento à vista para compras no exterior à isenção de ICMS para exportações, passando por programas setoriais de substituição de importações.
Exemplo notável é o do Finamex, programa de financiamento às exportações do BNDES, que emprestou até agosto último US$ 612 milhões -143% sobre o total emprestado no mesmo período de 1996.
Infelizmente, há também sinais inquietantes. Como ilustra o gráfico, o fechamento diário de contratos de exportação e importação, um indicador que os mercados financeiros acompanham atentamente, ainda não garante uma tendência de inversão do déficit comercial. O final de ano é uma fase de alta das importações e queda nas exportações, como os dados de setembro já sugerem.
É evidente que, nesse contexto, conter importações depende mais da redução do crescimento econômico.
Todo catastrofismo será e já foi, aliás, castigado. Mas sinais preocupantes ainda turvam o horizonte.

Texto Anterior: INFORMAÇÃO E DEMOCRACIA
Próximo Texto: O cassino global
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.