São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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PSDB não critica ex-ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula tucana considerou ontem irreversível a saída do ex-governador Ciro Gomes do PSDB, que deverá ser formalmente anunciada hoje. Ciro Gomes sairá, porém, sem receber críticas da Executiva Nacional do partido.
"Cabe-nos aguardar e respeitar a posição dele", disse o presidente do PSDB, senador Teotonio Vilela Filho (AL). "Ele não sai como inimigo não: a curto, médio e longo prazo é bom que ele fique e ruim que ele saia", endossou o secretário-geral, deputado Arthur Virgílio Neto (AM).
A cúpula do PSDB continuava reunida ontem à noite para evitar defecções no partido no Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Amazonas e Paraná, às vésperas do prazo final de filiação partidária para as eleições de 98.
Os dirigentes tucanos não comentaram a decisão dos partidos de esquerda de não descartar, por enquanto, a possibilidade de uma candidatura única a presidente.
O discurso de ontem em relação a Ciro Gomes poderá mudar caso ele venha a se lançar candidato em oposição a Fernando Henrique Cardoso. "A luta nem começou e nada ficará sem resposta na hora certa: o silêncio é de ouro, as palavras podem ser de prata", avisou o secretário-geral do partido.
"O Ciro é um quadro valoroso e eu gostaria que ele não se ligasse a quem não tem nada a ver com o nosso projeto", insistiu Arthur Virgílio.
O senador Teotonio Vilela disse que a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso é o carro-chefe da estratégia do partido nas próximas eleições. Ou seja: quem permanecer no partido deverá votar em FHC para o Planalto.
"No PSDB, o palanque do presidente Fernando Henrique é sagrado. E ele vai subir no palanque dos aliados que ele queira e que seja conveniente para sua estratégia política, numa análise caso a caso", afirmou.
Esse raciocínio serve para tornar irreversível a saída de Ciro Gomes, que já avisou que não votaria em FHC, e de outros tucanos, como o deputado Domingos Leonelli (BA).
A recente filiação do ex-governador Nilo Coelho foi deixado de fora da reunião de ontem. "Esse assunto está encerrado há muito tempo", disse o presidente do PSDB baiano, Jutahy Magalhães Filho, de passagem pela reunião.
Sérgio Motta voltará a se encontrar hoje com a cúpula tucana, da qual se desligou com críticas, na filiação de novos deputados.

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