São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Covas e Maluf disputam eleitor no interior

DA FOLHA VALE

O governador Mário Covas (PSDB) e o ex-prefeito Paulo Maluf visitaram ontem Guaratinguetá (a 177 km de São Paulo) e Lorena (a 185 km da capital) com diferença de cerca de 2h30min.
Covas, que foi vaiado em Guaratinguetá na entrega de casas populares por moradores que deixaram de receber os imóveis, criticou Maluf, virtual candidato do PPB ao governo de São Paulo.
"Ele está afoito em fazer campanha porque tem medo de perder as eleições. Por isso precisa começar a correr antes dos outros candidatos."
Covas, o primeiro a chegar a Guaratinguetá, pediu à população para tomar cuidado com os políticos que lhe pedem votos.
"Há um ex-prefeito que está em plena campanha afirmando ser um grande realizador de construções. Fiquem alertas porque essas obras eram superfaturadas e só trouxeram prejuízos para o Estado. Não votem nessa gente", afirmou o governador, que nega ser candidato à reeleição.
Maluf
Ao chegar a Guaratinguetá, Maluf se recusou a comentar o discurso de Covas. "Não quero falar sobre o assunto antes de ler o que ele disse." Maluf visitou ontem nove cidades em campanha. Nesta etapa, participou de 15 filiações ao PPB.
Em discurso feito na Câmara de Guaratinguetá, Maluf lembrou obras realizadas na região durante seu governo e prometeu implantar o PAS e os programas Cingapura e Leve Leite no interior.
Protesto
Um grupo de pelo menos 40 manifestantes protestou em frente ao palanque de Covas, contra o não-recebimento de 42 casas que deveriam ter sido entregues ontem em Guaratinguetá. Segundo a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), houve falta de documentos dos moradores.
Em discurso, Covas rebateu os manifestantes, afirmando que eles não receberiam casas no grito, mas sim quando a documentação estivesse correta. "Só vai receber as casas quem estiver com a documentação em dia. Ninguém vai entrar na marra", afirmou.
Os moradores afirmaram que entregaram os documentos exigidos. O discurso do governador durou cerca de 20 minutos.
O tucano falou ainda sobre suas obras e o saneamento das contas do Estado. Na saída do palanque, Covas foi abordado por Débora Cotrin de Almeida, uma das manifestantes, que agradeceu ironicamente pelas casas.

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