São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997 |
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Boff vê fim da hegemonia
IZABELA MOI
A maioria dos entrevistados (68%) diz preferir ouvir a consciência a obedecer cegamente a ordens da Igreja. O monsenhor Arnaldo Beltrani, porta-voz do arcebispo de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns, acredita que a pesquisa demonstra "que a Igreja não é tão dogmática e totalitária". "Isso é muito sadio. Há uma unidade no essencial e diversidade no contexto", disse. Para a deputada federal Marta Suplicy (PT-SP), não há surpresas. "O resultado mostra que a Igreja está em descompasso com os valores da sociedade." "O católico está seguindo o próprio desejo e consciência quando a questão é intimidade, comportamento ou vida privada. Admite menos interferência da Igreja na sua cama, e nem por isso se acha menos católico, menos religioso ou menos cristão", avaliou. Para o teólogo Leonardo Boff, "os católicos ouvidos são os praticantes, que vão à missa. Há um grande parcela que se sente cristão e não participa dos rituais; esses são seguramente mais liberais". Para ele, "a pesquisa revela que a Igreja não tem mais a hegemonia moral sobre os fiéis". As divergências entre fiéis parecem caber dentro da Igreja. Para o sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, "o catolicismo é um sistema religioso onde a adesão é feita pelo sacramento". "Para um católico, é mais importante identificar-se com os sinais, como o batismo ou o papa", afirmou. Texto Anterior: D. Lucas critica os 'católicos cartoriais' Próximo Texto: CNBB teme reação dos católicos a pichações contra o papa no Rio Índice |
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