São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997 |
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Número reflete perfil do morador
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Como têm mais acesso à informação e a mais chances de receber um tratamento de saúde adequado, esses moradores do centro puderam se beneficiar com maior rapidez dos efeitos do tratamento à base do chamado coquetel de medicamentos anti-Aids. Foi no centro da cidade, numa região que abrange Sé, República, Brás, entre outros bairros, que o número de mortes por Aids diminuiu mais rapidamente no primeiro semestre deste ano. A queda de 45% num período tão curto fez com que as duas regiões de saúde ao norte do município pela primeira vez empatassem com o centro no primeiro lugar do ranking de mortalidade por Aids. Em Nossa Senhora do Ó/Santana e Pirituba o percentual de mortes por Aids caiu num ritmo mais lento: 13% e 21,5%, respectivamente. Com exceção de alguns enclaves ricos, são áreas que abrigam populações pobres da cidade. Esse empate mostra que começa a haver, também entre as mortes, uma migração da epidemia de Aids para a periferia. Pesquisas que estudam o número de pessoas infectadas pelo HIV já haviam apontado esse movimento centrífugo do vírus. Uma das explicações para o novo endereço da doença é a mudança da principal forma de contágio. As relações homossexuais foram superadas pelo contágio por relações heterossexuais e por uso de drogas injetáveis. Estudo do Pro-Aim feito em 96, com base nos dados de 1995, mostrou que um segundo grupo profissional também é mais afetado do que a média: o dos trabalhadores em administração, como contínuos e auxiliares de escritório. Apesar de terem a metade da renda e não terem passado do 2º grau escolar, os integrantes desse segmento têm um contato profissional diário com o primeiro grupo, mais rico e escolarizado. Texto Anterior: Gay faz sexo desprotegido Próximo Texto: Recuo é menor em mulheres Índice |
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