São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Soldados são contra sorriso

DA REPORTAGEM LOCAL

Policiais militares envolvidos na Operação Metrópole afirmaram que é impossível seguir à risca a determinação do comandante-geral, coronel Camargo, de sorrir e agir com educação na abordagem de suspeitos.
"Em operações de rotina em bairros nobres, apenas para verificar documentos de pessoas e carros, é fácil ser gentil. Mas, na periferia, quando a polícia é recebida a tiros, não dá para sair distribuindo abraços", disse um soldado que se identificou como Carlos Eduardo e que policiava ontem à tarde a avenida Nove de Julho.
O soldado ainda afirmou que a população nem sempre é gentil com a polícia, dificultando a ação cordial.
"É comum, principalmente nos bairros nobres, o policial ouvir insultos quando pede para o abordado descer do carro."
Salário
Outro soldado que trabalhava na Nove de Julho, que não quis se identificar, acha que o salário baixo e a tensão de ficar no patrulhamento das ruas impede que um policial sorria.
"Um comandante, que ganha mais de R$ 10 mil e fica tranquilo no gabinete, pode viver sorrindo. Mas um soldado que arrisca a vida na rua e ganha uma mixaria no final do mês, tem motivos para trabalhar de mau humor."

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