São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Estudante morre ao brincar com arma

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O estudante Marcelo Campos Pordocimo, 15, morreu ontem em Muriaé (MG), na divisa de Minas Gerais e Rio de Janeiro, depois de ser atingido com um tiro na cabeça quando brincava com a espingarda do pai de um colega.
Marcelo foi ferido às 16h30 de anteontem e levado à Casa de Saúde Santa Rita.
O estudante foi submetido a uma cirurgia para extrair a bala que se alojou no cérebro, mas morreu às 3h de ontem.
Um colega de Pordocimo de 15 anos é suspeito de ser o autor do tiro acidental e pode ser indiciado por homicídio culposo (praticado sem intenção).
A outra possibilidade é que a arma tenha disparado quando era manuseada pela vítima.
Marcelo e seu amigo se conheciam desde a infância, eram vizinhos em um bairro de classe média em Muriaé (338 km a sudeste de Belo Horizonte) e estudavam em uma escola particular, o colégio Santa Marcelina.
O delegado Fernando Rocha ouviu ontem um terceiro colega, que estava estudando com Marcelo e o amigo quando este resolveu pegar a arma em um guarda-roupa de sua casa.
Ele disse ao delegado que resolveu sair do quarto, pois não gosta de armas, no exato momento em que Marcelo pedia ao amigo para segurar a espingarda.
Ao ouvir o tiro, porém, ele voltou ao quarto, encontrando o amigo com a espingarda na mão. Ele chamou o pai do colega e dono da arma, o professor Célio Andrade Paula, que ligou para a polícia de Muriaé.
Relíquia
Célio Paula disse à polícia que a arma, uma espingarda calibre 22 semi-automática, é relíquia de família e não está registrada. Junto com a espingarda, a Polícia Militar de Minas Gerais apreendeu cinco cartuchos.
Segundo o delegado, Paula não pode ser indiciado, porque não está em vigor a nove lei de porte de arma, que pune quem não toma as medidas necessárias para evitar que menores de 18 anos mexam com armas de fogo.

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