São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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De muleta, Kuerten retorna ao Brasil

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

Gustavo Kuerten, 21, está "de molho" até a quarta-feira. Esse foi o prazo acertado com os médicos para que o tenista volte às quadras.
Isso significa que o tenista, atualmente 11º no ranking, está fora do Torneio da Basiléia, que iria disputar na Suíça, a partir de segunda, válido pelo circuito mundial.
Sua participação no Torneio de Viena, na semana seguinte, ainda depende de como será a recuperação, que será feita em sua cidade natal, Florianópolis, capital de Santa Catarina, onde ainda mora com a família.
A contusão no pé direito, ocorrida na primeira rodada da copa Grand Slam, contra o tcheco Petr Korda, 15º do mundo, em Munique, Alemanha, não piorou.
"Mas, por prevenção, não vamos fazer nada até a metade da próxima semana", declarou o técnico do tenista, Larri Passos, 39.
Kuerten se submeteu a duas sessões de ultra-som, ontem, no Olympiahalle, ginásio que abriga a copa Grand Slam, torneio que reúne os 16 tenistas com melhores resultados em torneios de Grand Slam (Aberto dos EUA, da França, da Austrália e Wimbledon) e distribui US$ 6 milhões em prêmios.
Segundo Passos, as sessões serviram para estimular a atividade muscular no local afetado.
"Na verdade, ele teve muita sorte. Nada se rompeu, e a dor que ele sente é apenas consequência do traumatismo, disseram os médicos", afirmou o técnico.
Kuerten ainda sente um pouco de dor na parte de dentro do pé, mas apenas quando apóia o pé direito no chão. Por isso, tem feito uso de muletas para andar.
Para Passos, tudo não passou de uma "fatalidade". "Ele cumpriu direitinho todo o aquecimento e estava muito bem fisicamente durante a partida. Acontece."
O técnico voltou a afirmar que a falta de adaptação ao piso de carpete não poderia ser responsabilizada pelo incidente.
"Se você reparar na imagem da TV, antes de virar o pé, ele está dando aquele passo lateral de forma absolutamente correta. Ele faz bem isso, desde pequeno. Foi uma fatalidade mesmo", disse.
Passos lembrou de contusão semelhante, só que com consequências bem mais nefastas, que presenciou na Filadélfia, EUA.
"O (russo) Andrei Chesnokov virou o pé do mesmo jeito. Só que, além de romper os ligamentos, ainda teve fraturas." "Lembrei e só fiquei tranquilo quando vi as radiografias de Gustavo", disse.
Ontem, Kuerten estava mais animado do que quando deixou o ginásio, na quarta. "Fazer o quê? Tenho que esperar. É vídeo e pipoca", declarou, resumindo sua programação para os próximos dias.
Ele e o técnico tentariam voar para o Brasil ainda na noite de ontem. Caso não conseguissem vaga, iriam hoje, durante o dia.
Kuerten, porém, garantiu que resistiria à tentação de visitar a Oktoberfest, em curso na cidade.
"Impossível. Tenho que ficar parado, com o pé para cima."

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