São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Bridgewater promete Ivan Lins e Jobim

CARLOS BOZZO JUNIOR
ESPECIAL PARA A FOLHA

A cantora de jazz norte-americana Dee Dee Bridgewater foi a primeira negra a interpretar o papel de Sally Bowles do musical "Cabaret", de Bob Fosse.
Bridgewater é atriz bissexta. Trabalhou também em "The Wiz", "Sophisticated Lady" e "Lady Day". Já ganhou até o Tony.
Como cantora já se apresentou com músicos consagrados, como Dizzy Gillespie, Chick Corea, George Duke, Stanley Clarke, Jimmy Smith, Dexter Gordon e Sonny Rollins. Já foi também indicada duas vezes para o Grammy.
"Desde pequena sempre sonhei em um dia poder cantar e interpretar como nos filmes que assistia na TV", disse Dee Dee Bridgewater em entrevista concedida à Folha, na semana passada, por telefone, desde sua casa em Paris.
A atriz/cantora é atração no Free Jazz 1997 nos dias 9 (São Paulo), 10 (Rio de Janeiro) e 13 de outubro (Porto Alegre).
Para a edição deste ano do festival, Bridgewater trouxe dois músicos do "Love and Peace": o pianista Thierry Eliez e o baterista Dédé Ceccarelli. Juntos com o baixista Thomas Bramerie eles formam o trio francês da cantora.
O grupo não tem ainda certeza do que vai apresentar, mas o plano é tocar algumas coisas que Bridgewater já mostrou no tributo a Ella Fitzgerald. Compositores brasileiros também devem fazer parte do programa. "Talvez cante 'Island', de Ivan Lins, e 'How Insensitive', de Antonio Carlos Jobim", disse.
Há poucos dias, a cantora foi elogiada pelo pianista Cyrus Chestnut, que também se apresenta no Free Jazz 97. Ao saber que Bridgewater viria ao festival Chestnut disse que era "uma sorte tê-la entre os convidados".
Ela retrucou. "Chestnut é um dos nossos mais jovens pianistas. Aposto que terá uma carreira brilhante. Dentro de uns dez anos será um dos melhores", disse.
Quanto a ela, em 2007 pretende estar cantando e atuando, mas tem um sonho: possuir o próprio selo.
Nos estúdios, quando entra para gravar, a cantora mostra seu poder. "Sou eu quem escolhe tudo. Quem deverá fazer os arranjos, o que vou tocar, com quais músicos... A gravadora me dá o dinheiro quando preciso e só ouve o disco quando já está todo mixado. Tenho muita autonomia", revela.
Bridgewater, que é filha de músico, confessa que essa situação ajuda no início da carreira
Para quem está começando a cantar e pretende fazer disso uma profissão, Bridgewater tem um conselho. "Escute muito os instrumentistas. Melodia e harmonia, é com eles que se aprende", ensina.

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