São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Afastados acusados de cobrança ilegal

DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça Federal decretou o afastamento de 20 médicos do hospital Beneficência Portuguesa de suas funções, na última sexta.
Os médicos foram acusados de cobrar por procedimentos que deveriam ser gratuitos, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Até ontem, eles ainda não haviam sido notificados do afastamento e não sabiam se iam recorrer da decisão.
A maior fonte de informações para as investigações foi o "Disque-SUS", serviço da Secretaria da Saúde que recebe denúncias sobre o SUS pelo telefone (011) 881-2817.
A própria secretaria realizou inquérito para apurar as denúncias e concluiu que eram verdadeiras.
O presidente do hospital, empresário Antonio Ermírio de Moraes, e o diretor clínico João Carlos Salvestrin também são acusados de improbidade administrativa.
No processo, os dois são acusados de omissão, porque teriam conhecimento do caso e não teriam tomado providências. Salvestrin informou, por meio de sua secretária, que não falará à imprensa sobre o assunto.
A secretária de Ermírio informou, na tarde de ontem, que não seria possível falar com ele.
A procuradoria concluiu que, em pelo menos 81 casos, houve cobrança indevida. Comprovou-se improbidade administrativa em 74. Foram ouvidos 70 pacientes. A procuradoria confirmou as denúncias por meio de recibos emitidos pelos médicos, do rastreamento de cheques e da própria confissão de alguns profissionais.
Segundo a procuradoria, foram cobrados, ao todo, em valores corrigidos, R$ 191 mil. O afastamento foi deferido em agravo de instrumento (espécie de liminar), concedido pelo juiz André Nabarrete.
A ação ainda deverá ser julgada. Segundo os procuradores, outras pessoas que tenham sido cobradas ainda podem ingressar na ação.

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