São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998
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Acordo prevê superávit comercial em 99

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O documento sobre o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) aponta que o Brasil terá de obter um saldo comercial positivo de US$ 2,8 bilhões no próximo ano. A meta incluída no documento não teria agradado à equipe econômica.
O ministro José Botafogo Gonçalves (MICT) disse que a meta é "um exercício do Fundo". "Não é um compromisso do Brasil, que eu saiba."
A meta provocou especulações no mercado de que, para cumpri-la, o governo teria que alterar sua política cambial no ano que vem. O que acabou gerando boatos de que o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, pediria demissão por não concordar com alguns pontos do documento do FMI.
No texto divulgado, a previsão para este ano é que a balança comercial (exportações menos importações) registre um déficit de US$ 5 bilhões. Esse volume é US$ 1 bilhão superior à meta de déficit de US$ 4 bilhões estabelecida pelo governo no início de 1998.
O eventual cumprimento da meta vai exigir uma melhora significativa do desempenho da balança comercial no ano que vem. A proposta implica um aumento das vendas ao mercado externo de 7% em relação a 98, chegando a US$ 57,6 bilhões. As importações precisarão cair dos atuais US$ 58,8 bilhões para US$ 54,8 bilhões.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, negou que o governo esteja estudando mudanças na política cambial por causa das metas acertadas com o Fundo. Segundo ele, o FMI teria entendido que os números definidos pelo Brasil seriam factíveis, sem mudança alguma na política cambial.
Para este ano, o cumprimento da meta comercial é praticamente inviável. O déficit acumulado no período de janeiro a setembro é de US$ 3,806 bilhões. Os números de outubro, que haviam sido divulgados com um saldo negativo de US$ 472 milhões, estão sendo revistos pelo governo. A expectativa é que o déficit seja bem maior.

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