São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Arquivo dos EUA acusa Pinochet por mortes
CLÓVIS ROSSI
A informação consta de relatório do adido militar norte-americano em Santiago, enviado dia 15 de abril de 1975 e recuperado pela NSA (iniciais em inglês de Arquivo Nacional de Segurança), organismo privado que faz o monitoramento dos serviços de inteligência dos EUA. É o que relatou ontem o matutino espanhol "El País". O NSA conseguiu, em setembro, alguns dos milhares de documentos constantes dos arquivos de dependências do governo norte-americano, todos relativos ao envolvimento dos Estados Unidos com o golpe no Chile e seus desdobramentos. Os papéis, diz a reportagem de "El País", "contêm elementos que provam uma relação direta (de Pinochet) com crimes cometidos dentro e fora do Chile". No caso do informe do adido militar sobre a responsabilidade direta de Pinochet pela Dina, o agente explica que ninguém, na polícia política, podia tomar decisões de envergadura sem a aprovação explícita do então ditador. Essa informação é consistente com uma frase do próprio Pinochet, já no final de seu período como presidente: "Neste país, não se move uma folha sequer sem que eu a empurre". O jornal espanhol, sempre com base nas informações do NSA, diz que "há elementos suficientes" para vincular Pinochet ao assassinato, em Washington, do chanceler socialista Orlando Letelier e de sua secretária, a norte-americana Ronni Moffit. Por fim, tem o dedo do ex-ditador também a "Operação Condor", mecanismo multinacional de repressão criado em 1975 pelos regimes militares do Cone Sul da América (Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia). Texto Anterior: 'Muro legal' chileno impede ação contra militar Próximo Texto: Processo pode ter recurso Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |