São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998
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ACM; Derrota do governo; Pensões do INSS; Aposentadoria feminina; Mendonça de Barros; Privatização e renda; Estudantes e Ruth Cardoso; Violência na Rússia; Pronex; Suástica; Bombeiros

ACM
"Como ninguém o desconhece, jornalista Clóvis Rossi, mais uma vez louvo a sua capacidade, jovialidade de jornalista, dignidade e coragem que encantam os seus leitores. Do senhor não poderia esperar outra coisa."
Antonio Carlos Magalhães, presidente do Congresso Nacional, senador pelo PFL-BA (Brasília, DF)

Derrota do governo
"O presidente da República não é maioria no Congresso? É com essa maioria que pretende implantar reformas no país? O ideal seria que ele, em rede nacional, explicasse por que essa 'maioria', depois de receber tantas concessões, vota contra o próprio governo. Mas, para que toda a nação não fique ainda mais indignada com a explicação, é melhor não explicar."
Ricardo Arena Júnior (São Paulo, SP)

Pensões do INSS
"Nauseante a proposta do governo FHC de reduzir o valor das pensões a serem pagas aos futuros pensionistas do INSS para 70% do valor do aposentadoria. Da mesma 'fossa' emerge também a proposta de redução do auxílio-doença para 70% do benefício a que o infeliz teria direito.
Fica a pergunta: quando será baixada uma MP instituindo os campos de extermínio para os aposentados e pensionistas do INSS?"
Antonio Carlos Franklin (Rio de Janeiro, RJ)

Aposentadoria feminina
"Distorção, senhor presidente, é as mulheres terem que lavar, passar, cozinhar, cuidar dos filhos e da casa depois de uma longa jornada diária de trabalho fora de casa.
Distorção é o salário das mulheres, que representa 58% do dos homens. Distorção é, às vésperas do ano 2000, as mulheres não terem creches para deixar seus filhos enquanto trabalham.
Distorção é não perceber que a igualdade de direitos entre mulheres e homens pressupõe condições e oportunidades iguais. Distorção é não assumir os compromissos firmados em Beijing durante a 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, para corrigir as distorções históricas que têm negado às mulheres o direito à plena cidadania."
Maria Amélia de Almeida Teles e Tereza Lajolo (São Paulo, SP)

Mendonça de Barros
"O artigo em que o sr. Mendonça de Barros tenta explicar o inexplicável (pág. 1-3, Opinião, 29/11), além de desagradável e mal-escrito, é de um caradurismo alvar. Depois do que foi divulgado por essa mesma Folha, é muita pretensão de sua parte falar em 'eficiência administrativa'."
Joaquim Francisco de Carvalho (Rio de Janeiro, RJ)

Privatização e renda
"Acabamos de ganhar mais um título: o de maior concentrador de rendas das Américas (pelo BID). Quando nossos governantes irão regulamentar as normas que dizem que nós, do andar de baixo, podemos ser acionistas das nossas empresas públicas?
Nada contra os 'benjamins steinbruchs' ou 'antonios ermírios' da vida (que, aliás, são bastante competentes naquilo que fazem), mas só eles podem comprar ações das estatais? Se houvesse a pulverização das ações das estatais mataríamos não dois, mas alguns coelhos de uma vez: o valor obtido pela venda seria maior; melhoraríamos a distribuição de renda e, de quebra, evitaríamos o constrangimento por que passa o governo FHC no caso do grampo do BNDES."
Aristóteles de Aleluia Júnior (São Paulo, SP)

Estudantes e Ruth Cardoso
"Extremamente lamentável a posição ignóbil tomada por alguns estudantes da Uni-Rio contra a pessoa da primeira-dama Ruth Cardoso.
Afinal, para protestar com legitimidade dentro de um ambiente democrático é necessário obedecer basicamente aos princípios da democracia.
Sabiam, esses estudantes, que Ruth Cardoso estava na Uni-Rio para a assinatura de um protocolo e intenções do programa Universidade Solidária? Sabem eles o que significa Universidade Solidária? Antes de cair na barbárie, que voltem aos estudos e tentem melhorar a imagem de si próprios no provão do MEC, que reprovou 9 entre 10 cursos de graduação."
Caio Augusto Milani (São Paulo, SP)

Violência na Rússia
"Retornando de viagem em que soube mais detalhes sobre o assassinato da etnóloga e deputada russa Galina Starovóitova, entre perplexo e indignado, deparei com o esplêndido artigo do professor Boris Schnaiderman na pág. 1-3 (Opinião) de 2/12.
O crime horroriza, ademais de sua crueza, porque latejam nítidos nele os traços mais repugnantes, tétricos e desprezíveis de uma tradição histórica que se julgava extinta e enterrada para sempre no passado da Rússia. A tentativa de reerguer esse zumbi ideológico, misto de chauvinismo, racismo e militarismo assusta pelo modo como se infiltra pelas fissuras das tensões sociais e se apóia numa sólida rede internacional. Quero corroborar o apelo do professor Boris para que cientistas, intelectuais e autoridades brasileiras cobrem a apuração imediata do crime e a punição exemplar dos responsáveis, de modo a deixar claro que o retorno dessa abjeção histórica não será mais tolerado, não apenas na Rússia, mas em toda a humanidade. Nunca mais."
Nicolau Sevcenko, professor de história da cultura no Departamento de História da USP (São Paulo, SP)

Pronex
"Surpreendem-me as afirmações do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite em relação ao projeto Pronex (pág. 1-3, Opinião, 12/11). Em seu artigo, o professor denuncia que o Pronex "resultou em fracasso" e "não passa de corruptela". Afirmo que a aprovação do projeto, por mim coordenado, foi baseada nas melhores normas internacionais; qualquer avaliação, por mais rigorosa que seja, certamente aprovará a nossa produção em menos de dois anos.
Quais projetos do Pronex o professor Leite conhece para chegar a conclusões negativas tão fortes, atingindo injustamente a qualidade dos projetos aprovados e o mérito dos pesquisadores envolvidos?"
Délia Rodriguez Amaya, professora titular da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (Campinas, SP)

Suástica
"Como assinante da Folha, venho manifestar a minha opinião contra a propaganda do filme 'O Aprendiz', na Ilustrada de ontem, em que aparece a suástica. Embora a propaganda não tenha sido elaborada pela Folha, ela deveria evitar expor esse símbolo, uma vez que só reflete o pior passado que a história já teve.
Tanto a Folha como quem elaborou essa propaganda erraram gravemente de deixar isso vir a público."
Marcelo Podgaeti (São Paulo, SP)

Bombeiros
"Numa época em que somos bombardeados diariamente com notícias desairosas, peço espaço para enaltecer a presteza de uma corporação cuja prestação de serviço me encanta. Refiro-me às equipes do Resgate do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar.
Sou testemunha dessa eficiência. Apelei, recentemente, para o 193 quando minha sogra sentiu-se mal e eu estava impossibilitado de colocá-la no carro por ter sofrido, naqueles dias, cirurgia cardíaca. Em menos de cinco minutos, para meu alívio, chegou uma viatura a minha casa. Obrigado, jovens valorosos e idealistas! O Brasil seria outro se cada um cumprisse seus deveres como vocês!"
Antonio Bim Filho (São Paulo, SP)

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