São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998
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Prefeito de Salvador perde popularidade

GONZALO NAVARRETE

GONZALO NAVARRETE; CHRISTIANNE GONZÁLEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Liderança no ranking Datafolha de capitais vai para o prefeito de Curitiba; Pitta ainda é o último colocado

CHRISTIANNE GONZÁLEZ
O prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy (PFL), despencou do primeiro para o quinto lugar no ranking dos prefeitos de nove das principais capitais brasileiras feito pelo Datafolha. Ele havia sido o mais bem colocado em pesquisas feitas em dezembro do ano passado e em junho deste ano.
Imbassahy teve a maior queda detectada pelo levantamento feito nos dias 10 e 11 de dezembro. Nos últimos seis meses, a aprovação ao governo dele caiu 13 pontos percentuais. O número de pessoas que acham sua administração boa ou ótima baixou de 66% para 53%.
Com a queda, a primeira posição no ranking voltou a ser ocupada pelo prefeito de Curitiba (PR) Cássio Taniguchi (PFL) -segundo colocado no ranking anterior (junho de 98). Segundo a pesquisa, 59% dos curitibanos consideram o governo ótimo ou bom.
Imbassahy foi o único dos prefeitos avaliados cujo desempenho agora, ao completar metade do mandato, é pior do que o registrado após um ano e meio de gestão.
Apesar disso, sua popularidade continua melhor que a de Celso Pitta (PPB), de São Paulo. O prefeito paulistano continua sendo o último do ranking e é o único que ao longo do mandato só viu sua aprovação cair.
Nos últimos seis meses, os demais prefeitos aumentaram a aprovação ou se mantiveram perto dos índices anteriores. Angela Amim (PPB), prefeita de Florianópolis, foi quem mais ganhou aprovação -seu índice de ótimo e bom subiu 21 pontos percentuais, passando de 33% para 54%.
Desemprego colabora
Dois fatores podem ter contribuído para a queda do prefeito de Salvador na pesquisa Datafolha: desemprego e ritmo de obras mais lento na periferia.
Há pouco mais de um mês, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) divulgou uma pesquisa revelando que a região metropolitana de Salvador tem cerca de 333 mil desempregados. Do total, pelo menos 70% estão concentrados na capital baiana, segundo os técnicos do Dieese.
A gestão do aliado do senador Antonio Carlos Magalhães também deu prioridade às obras no centro e na orla, locais de grande fluxo turístico. Atualmente, a prefeitura está executando obras em quase todos os bairros do centro.
Na periferia a situação é outra. A coleta de lixo não é eficiente e as promessas eleitorais do prefeito ainda não foram cumpridas.

Metodologia - A pesquisa Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. O conjunto da população acima de 16 anos de nove capitais é tomado como universo da pesquisa. Neste levantamento, foram ouvidas 1.088 pessoas em São Paulo (margem de erro de três pontos percentuais); 512 no Rio (margem de quatro pontos); 447 em Belo Horizonte, 448 em Porto Alegre, 448 em Florianópolis, 445 em Curitiba, 446 em Salvador, 448 em Recife e 448 em Fortaleza (todas com margem de erro de cinco pontos.

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