São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998
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Pitta completa dois anos de reprovação

GONZALO NAVARRETE
DA REPORTAGEM LOCAL

A administração Celso Pitta (PPB) ainda não decolou. Ao completar dois anos de gestão, o prefeito paulistano é o único entre os nove administradores de capitais avaliados pelo Datafolha que mantém a popularidade em baixa.
Hoje, 3 de cada 5 paulistanos consideram seu governo ruim ou péssimo. Nesta pesquisa, feita nos dias 10 e 11 de dezembro, apenas 11% consideraram sua gestão boa ou ótima. Para 27%, é regular.
Pitta também foi o único dos prefeitos avaliados a receber nota inferior a 5. Ficou com média 3,4.
A pesquisa Datafolha de prefeitos é feita a cada seis meses, mas no caso de Pitta há levantamentos intermediários.
O prefeito paulistano teve sua melhor avaliação antes de completar três meses de mandato, quando 40% o julgavam regular. Na época, o índice dos que o reprovavam (21%) teve empate técnico com o dos que o aprovavam (24%). Desde então, a reprovação superou com folga a aprovação.
Sem impacto
Os 61% de reprovação a Pitta são índice praticamente igual ao verificado no início de junho, mês em que o prefeito completou um ano e meio de gestão. Na ocasião, ele bateu seu recorde de impopularidade, com a marca de 62%.
A atual rejeição indica que o fim da fase mais crítica da crise financeira do município não está produzindo resultados visíveis.
Também permite supor que a mudança no secretariado -com a saída de Reynaldo de Barros e Edevaldo Alves da Silva, muito próximos do padrinho Paulo Maluf (PPB)- pode ter sido importante do ponto de vista político, mas ainda não produziu efeitos práticos.
A pesquisa, no entanto, não contempla o impacto da nova postura do prefeito, iniciada na segunda quinzena deste mês, e marcada por crítica aberta a Maluf.
Entre os demais prefeitos, há um destaque positivo e um negativo. O prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy (PFL), viu sua taxa de aprovação cair 13 pontos percentuais nos últimos seis meses.
Com isso, despencou do primeiro para o quinto lugar no ranking dos prefeitos. A primeira posição voltou a ser ocupada pelo prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL) -segundo colocado no ranking de junho de 98.
O destaque positivo coube a Ângela Amim (PPB), prefeita de Florianópolis. Foi ela quem mais ganhou aprovação nos últimos seis meses -seu índice de ótimo e bom subiu 21 pontos percentuais, passando de 33% para 54%.

Metodologia - A pesquisa Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. O conjunto da população acima de 16 anos de nove capitais é tomado como universo da pesquisa. Neste levantamento, foram ouvidas 1.088 pessoas em São Paulo (margem de erro de três pontos percentuais), 512 no Rio (margem de quatro pontos), 447 em Belo Horizonte, 448 em Porto Alegre, 448 em Florianópolis, 445 em Curitiba, 446 em Salvador, 448 em Recife e 448 em Fortaleza (todas com margem de erro de cinco pontos percentuais).

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