São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998
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Fed deverá cortar taxa de juro em 99

Medida evitaria desaquecimento

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) deverá cortar suas taxas de juros pelo menos mais uma vez nos próximos meses, afirmam analistas e investidores norte-americanos.
Em sua última reunião deste ano, realizada na terça-feira, as autoridades que definem a política monetária do país decidiram manter inalteradas suas taxas de juros, hoje fixadas em 4,75% ao ano. Analistas já esperavam pela manutenção dos juros no país.
Nos últimos três meses, Alan Greenspan, o presidente do banco central norte-americano, havia anunciado três reduções nos juros, que, no mês de setembro, estavam em 5,5%.
O objetivo da redução das taxas foi impedir que os efeitos da recessão na Ásia e da turbulência financeira em mercados de todo o mundo prejudicassem o desempenho econômico do país.
"Parece que as políticas adotadas pelo Fed funcionaram, acalmando mercados e Bolsas e deixando pouca necessidade de um novo corte este ano", avalia Steven Smith, que administra US$ 8 bilhões no Brandywine Asset Management.
Smith é, porém, um dos investidores que prevêem que o Fed fará uma nova redução nos juros nos próximos meses para manter o aquecimento de sua economia.
Os analistas que esperam um novo corte nos juros norte-americanos afirmam que a medida será necessária devido à recessão que deve atingir vários países no próximo ano. Algumas empresas do país, no entanto, vêem anunciando quedas nos lucros, entre as quais estão a Boeing, a Coca-Cola e a Caterpillar. "Não acho que já estamos fora de perigo", diz William Dawson, que administra cerca de US$ 76 bilhões em fundos de investimentos em Pittsburgh.
Dawson aposta em um corte de 0,25 ponto percentual, o que levaria os juros a 4,5% ao ano.
A maioria dos investidores afirma, no entanto, que o corte, se ocorrer, só deve mesmo ser anunciado na próxima reunião do Fed, que acontecerá em 3 de fevereiro do próximo ano. Antes disso, não vêem um cenário preocupante a ponto de levar o banco central norte-americano a ter de adotar alguma medida emergencial.
Resultados
Alguns economistas dizem que é possível até que o Fed não altere os juros durante todo o ano de 1999.
Resultados que deverão ser divulgados na próxima semana devem evidenciar mais uma vez a pujança da economia norte-americana, que cresce há oito anos.
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA deve fechar o ano com um crescimento de 3,7%. Se o percentual for confirmado, será o terceiro ano consecutivo em que a economia do país tem um incremento superior a 3%.
Espera-se que as vendas no país cresçam neste final de ano -o consumo responde por cerca de dois terços da economia. A taxa de desemprego deve fechar 1998 em seu nível mais baixo em 28 anos.

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