São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998
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Condor é atração que pode não aparecer

ANTÔNIO GAUDÉRIO
DO ENVIADO ESPECIAL AO PERU

Depois de viajar horas de ônibus por poeirentas estradas do deserto andino, o turista corre o risco de não ver a maior atração da região: o condor.
Cercada de vulcões e desertos, Arequipa abriga no seu território o grande cânion e o vale do Colca. Lá vive o místico e majestoso condor, a maior ave voadora do mundo, segundo os guias locais. Chega a ter 3 metros de envergadura e está ameaçada de extinção.
Considerando sua raridade e a vasta extensão do desfiladeiro (mais de 100 km) ele pode não ser encontrado. No entanto, a viagem não será em vão se o viajante se propuser a observar a diversidade humana, flagrando o homem andino na sua vida cotidiana.
Agricultores e pastores
A lavoura onde os camponeses do vale do Colca plantam suas batatas, milho e aveia é a mesma há milhares de anos. São terraços agrícolas construídos por civilizações pre-incaicas.
O terraço, que é herdado, não pode ser destruído ou modificado, pois faz parte de uma estrutura delicada, com dutos de irrigação que permitem que a água que desce das geleiras seja socializada para todas as pequenas lavouras.
Em Arequipa, quando um menino completa 6 ou 7 anos de idade ganha do pai uma lhama fêmea com um penduricalho de fitas coloridas preso na orelha para se distinguir das demais. Então, ele já é um pastor de lhamas.
Sob seus cuidados, o rebanho cresce garantindo sua sobrevivência e a de seus descendentes. Até o dia em que seus filhos formam seus próprios rebanhos.
Roupa bordada
As camponesas peruanas da região do vale do Colca trabalham na lavoura mais do que os homens, além, é claro, de cuidar da casa, dos filhos e de preparar a comida para a família.
Em dias de festa ela se veste com vestidos e chapéus bordados, que custam caro. Se não se sentir bonita e admirada ela fica triste e não vai trabalhar.

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