Cuoco revisita peça 'Três Homens Baixos'

	Ismael Neves/Divulgação
	Da esq. para a dir., Francisco Cuoco, Anselmo Vasconcelos e Orlando Vieira em cena de "Três Homens Baixos"

Após reviver a obra de Janete Clair na refilmagem da novela "O Astro", da TV Globo, o ator Francisco Cuoco, 77, agora revisita outro texto já encenado por ele, desta vez no teatro.

O ator é um professor universitário na terceira montagem do espetáculo "Três Homens Baixos".

A comédia do carioca Rodrigo Murat fez sua estreia paulistana neste mês e fica em cartaz até 18/12 no teatro Jaraguá (com previsão de retomar a temporada em janeiro do ano que vem).

Assim como em "O Astro" (protagonizada por Cuoco em sua primeira versão, em 1977), o ator já encenou a peça em 2004. Na ocasião, no entanto, ele fez um papel diferente: o de um publicitário cheio de clichês.

"Achei interessante essa experiência. É um novo olhar sobre a mesma obra", conta.

A trama, inspirada em "Três Mulheres Altas", do dramaturgo norte-americano Edward Albee (autor de "Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?"), retrata três figuras estereotipadas do universo masculino.

Amigos de infância, eles se reúnem periodicamente.

Em um dos encontros, sentados em uma mesa de bar, segredos de cada um deles vêm à tona. É uma espécie de desabafo, em que, ao relatarem seus dramas pessoais, deixam cair suas máscaras.

Jonas Bloch, que atuou na primeira versão da peça, em 2001, agora assina a direção do espetáculo. Dividem o palco com Cuoco os atores Orlando Vieira, outro velho conhecido da obra (fez parte da segunda encenação do texto), e Anselmo Vasconcelos.

"É o tipo de peça que sempre volta ao cartaz", acredita Bloch. "Ela tem o humor descontraído típico da comédia brasileira."

Para a nova montagem, o diretor tentou humanizar as personagens e dar mais dinamismo às cenas. A ideia é mostrar que aqueles homens tipicamente machistas podem deixar os preconceitos de lado em nome do afeto e da amizade.

Segundo Cuoco, "é uma maneira também de atingir mais facilmente a plateia".

RETORNO

Cuoco não subia aos palcos desde "Deus É Química", espetáculo escrito por Fernanda Torres que fez uma temporada no Rio, em 2009, mas não chegou a São Paulo.

No entanto, entre um trabalho e outro na televisão -ele começa a gravar nas próximas semanas sua participação, como um aficionado por esportes, na novela "A Vida da Gente", da Rede Globo-, o ator diz não querer deixar o teatro de lado.

"Voltar para o palco é um hábito. Eu considero uma escola básica para qualquer ator e atriz."

TRÊS HOMENS BAIXOS

QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 21h, e dom., às 19h; até 18/12

ONDE teatro Jaraguá (r. Martins Fontes, 71 - Bela Vista; tel. 3255-4380)

QUANTO de R$ 50 a R$ 60

CLASSIFICAÇÃO 16 anos