Mostra de teatro de rua reúne grupos e discute legislação

No caminho para o trabalho, é possível encontrar vendedores de palavras, palhaços ou um cortejo de caretas.

Quem tiver um tempinho, ao encontrar atores na ruas de São Paulo, pode parar e assistir a um dos 16 espetáculos da 6ª Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas.

Organizado pelo MTR-SP (Movimento de Teatro de Rua de São Paulo), o evento acontece até sábado, com espetáculos, debates e oficinas.

São 14 grupos de todo o Brasil, que se apresentam em diversos locais da cidade (veja a programação completa no site mtrsaopaulo.blogspot.com).

O encontro propõe uma reflexão sobre o teatro de rua e a troca de experiências em busca do avanço estético, além do aperfeiçoamento das linguagens utilizadas pelos grupos participantes.

"O teatro de rua trabalha com a ocupação de espaços públicos", afirma a atriz Raquel Rollo, produtora e cofundadora da Trupe Olho da Rua, de Santos (litoral paulista). "Muitos artistas acabam sendo ameaçados por autoridades, perdem material cênico. O ator que trabalha na rua tem que estar preparado para isso."

Este ano foi conturbado para o teatro de rua. Após a prisão de um músico na avenida Paulista, em dezembro de 2010, os artistas se mobilizaram. Por conta disso, o tema desta edição é a ocupação de espaços públicos.

Após reivindicações, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) assinou, em julho, um decreto que regulamenta a atuação de artistas nas ruas da cidade. Como parte da mostra, na última segunda-feira, houve um seminário na Câmara do Vereadores, com artistas e políticos, para discutir o projeto de lei 489/11, sobre apresentações nos espaços comuns de São Paulo. (JULIANNA GRANJEIA)