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Crítica terror

Filme "Desaparecidos" trilha o caminho fácil da cópia

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

"Um grupo de adolescentes fica perdido numa floresta e desaparece. As câmeras que eles carregavam são encontradas durante as buscas e revelam uma experiência aterrorizante."

Com este enredo básico e um modo de mostrar considerado inventivo, o longa americano "A Bruxa de Blair" deu força, no final do século passado, a um efeito documental que contaminou boa parte da ficção audiovisual carente de autenticidade.

"Desaparecidos", estreia na ficção do diretor David Schürmann (o mesmo de "O Mundo em Duas Voltas", sobre sua família de velejadores), faz de conta que nada disso já aconteceu há mais de uma década e reproduz o molde transferindo o medo para a floresta tropical.

A construção toda em imagens instáveis e subjetivas provoca tontura, enquanto a impressão de "realismo" é feita de diálogos com aspecto de improviso, respiração ofegante e gritos.

O trabalho de experimentação com gêneros como o terror, misturando-o a tradições e significados locais, vem sendo feito no Brasil com ótimos resultados no campo do curta-metragem.

Ignorante dessa alternativa, "Desaparecidos" prefere o caminho fácil da cópia e da caricatura.

Prova de que falta ao projeto o mínimo necessário para realizar um filme de terror: imaginação.

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