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Yael Naim apresenta novo disco em dois shows em SP Folk com ares de "chanson" ganha nuances étnicas e elevação narrativa Franco-israelense também mostra "She Was a Boy" no Rio de Janeiro e em Paraty, no Bourbon Festival 2012
DE SÃO PAULO Yael Naim diz "Alô?" com pássaros cantando alto ao fundo. "Vivi no centro, mas hoje prefiro jardins e bichos." A fuga para um subúrbio parisiense combina com sua fase atual. A partir de hoje, ela mostra o terceiro disco, "She Was a Boy", no Brasil. Na turnê, acompanham Yael, 34, o percussionista e produtor David Donatien, 41, e o baixista Daniel Roméo. A mescla entre folk, "chanson française" e pop segue, como em "Go to the River". O flerte com a música étnica ganha fôlego em "Man of Another Woman". Nas letras, sobressaem novas narrativas. "Ficar só me ajudou a sair de mim", diz Yael. Como na canção que batiza o álbum, um conflito entre "o masculino e o feminino em nós". Inspirada por "mulheres que não tentaram ser agradáveis", como Frida Kahlo, Virginia Woolf e Nina Simone, ela se vê mais politizada. "Os governos preferem culpar os imigrantes a achar soluções." Filha de judeus tunisianos, ela foi para Israel aos quatro anos. De volta à França, lançou a estreia, hoje renegada. Conheceu David em 2004. "Fiquei impressionado. Só dei alguns conselhos", diz, humilde, o francês com raízes na Martinica. Yael discorda: "Nossa obra é conjunta." Em 2008, "Yael Naim", o disco, estreou no "top 60" nos EUA, raro para uma francesa. Naquele ano, virou pauta quando "New Soul" foi trilha de um comercial da Apple. Rodou o mundo e deixou boa impressão por aqui em 2009. Ele, tranquilo e confiante. Ela, apesar do bom humor, introspectiva e melancólica. "Yael vem da canção autoral, Joni Mitchell, Beatles. Eu trago o ritmo negro", afirma. A música brasileira é um ponto em comum. "Ouvimos muito 'Elis & Tom'", conta Yael, batucando um pandeiro. "Os dois juntos nos anos 1960 eram perfeitos!", emenda David, fã de Chico Buarque. Yael também é célebre pelas versões inusitadas, como "Toxic", de Britney Spears, e "Umbrella", de Rihanna. "Britney nunca me ligou, mas aposto que ela adorou!" Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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