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Crítica Drama

Longa encara a sexualidade sem tentar fazer concessões

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mais do que um tema delicado, a sexualidade dos deficientes físicos é um tabu. Por isso, o grande mérito de "Hasta la Vista" é encará-lo de frente, com uma sensibilidade avessa a qualquer miserabilidade ou comiseração. O êxito desta abordagem reside no humor, bem dosado.

Três jovens deficientes belgas decidem perder a virgindade em um bordel. Um é tetraplégico, outro é deficiente visual e o terceiro tem uma doença mortal e vive em uma cadeira de rodas. Gozadores, irascíveis e um pouco infantis, os três amigos se comportam como qualquer jovem.

Como o bordel -especializado em pessoas com deficiências motoras- fica na Espanha, os três inventam pretextos para ir. Na viagem libertadora e cheia de peripécias, o trio é acompanhado por uma motorista rabugenta que esconde um segredo.

O filme se interessa mais pelo percurso dos protagonistas do que pela perda da virgindade como um fim em si mesma. O processo tem primazia sobre o produto.

As tensões dos viajantes com a motorista -que se dissipam gradativamente-, as dificuldades da viagem e as transformações dos protagonistas valem mais do que a mera realização do desejo.

Este deslocamento coloca a amizade dos três no centro da narrativa, uma amizade ao mesmo tempo inaudita e universal, tratada sem falsas condescendências.

Para tanto, o filme se apoia nos ótimos diálogos, cujo tom varia da vivacidade à crueldade, e em quatro atores em perfeita simbiose com personagens bem construídos.

HASTA LA VISTA

DIREÇÃO Geoffrey Enthoven
PRODUÇÃO Bélgica, 2011
ONDE Reserva Cultural e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom

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