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Cia. Club Noir une teatro clássico e de vanguarda em projeto Grupo de Alvim inicia montagem de seis tragédias de Ésquilo com "As Suplicantes" GABRIELA MELLÃOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA O caos instaurado dentro da ordem. "Peep Classic Ésquilo", projeto da Cia. Club Noir para montagem das seis tragédias de Ésquilo que se inicia neste fim de semana com a estreia de "As Suplicantes" e vai até dezembro, apresenta o universo instável da obra poética dentro de um cubo, espaço que simboliza o pensamento cartesiano. Essas duas forças opostas sintetizam o trabalho do encenador Roberto Alvim. O encontro gera um ruído mais intenso nesta nova empreitada, que faz colidir também o início da história do teatro com seu atual momento. Ésquilo é o primeiro dramaturgo cuja obra se tem registro, reconhecido como o pai da tragédia. Club Noir é uma cia. de vanguarda, que busca novos caminhos ao teatro contemporâneo.
Embora sejam adaptações, Alvim considera suas montagens fieis ao autor grego. "As Suplicantes" retrata a fuga de 50 mulheres de um grupo de homens que anseiam desposá-las. A versão torna a trama abstrata ao eliminar explicações e deixar espaços vazios sublinhando o desespero das mulheres. As 50 virgens tornam-se duas, as quais, no entanto, revelam-se múltiplas através dos ritmos e variações das vozes. A opção de Alvim pelo entendimento sensorial da obra torna-se evidente quando a personagem que evoca o coro rejeita o discurso para apresentar as súplicas com uma melodia chorosa. "A grande tensão é usar a palavra para refugar a comunicação e o mito trágico para desprezar a narrativa", sintetiza o diretor.
AS SUPLICANTES |
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