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Cinesesc exibe filme proibido por 25 anos Adrian Cowell registrou tenso conflito armado e testemunhas de crimes na Amazônia LÚCIA VALENTIM RODRIGUESDE SÃO PAULO Adrian Cowell estava destinado a cruzar o mundo. Morto no ano passado após um ataque cardíaco, o documentarista se dedicou a retratar realidades tão distantes quanto as de tribos birmanesas e posseiros na Amazônia. Uma parte de sua herança vem à luz a partir de hoje em mostra no Cinesesc que reúne 17 de seus filmes rodados na floresta brasileira. O principal destaque é "Matando por Terras", que integra a minissérie "A Década da Destruição" e ficou 25 anos sem ser exibido. É que o longa trazia depoimentos de testemunhas de crimes que poderiam correr risco de morte se os mandantes soubessem dos relatos. O ciclo ainda traz "Visões da Floresta", de seu parceiro e cinegrafista Vicente Rios, com depoimentos de Cowell. "Não tínhamos rotina. A única certeza era que estávamos no fio da navalha", conta Rios, 56, sobre os 31 anos que trabalharam juntos. As imagens registradas são fortes. Há desde o confronto armado de posseiros, jagunços e fazendeiros, até inocentes que são mortos durante as disputas por terras. "A situação na Amazônia é a mesma. Lá o tempo não passou." Felipe Milanez, curador da retrospectiva, diz que "é constrangedor pensar que destruímos a Amazônia no ritmo de três décadas atrás".
MATANDO POR TERRAS |
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