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Crítica / Animação

Roteiro fraco conta com a falta de opções do público infantil

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

Crianças entediadas, pais desesperados. Não, esse não é um título para um livro de autoajuda, e sim o grupo de espectadores menos criterioso do cinema. Para eles, é concebida a animação "Outback - Uma Galera Animal".

Os produtores desse tipo de filme sabem que, depois de esgotadas outras opções em cartaz, esse numeroso público-alvo irá ao cinema para ver qualquer coisa.

E, por isso, eles acreditam que não precisam caprichar muito -opção que fica evidente em "Outback", dirigido pelo sul-coreano Kyung Ho Lee (especialista nesse tipo de produção, a julgar pelo seu "Garfield Cai na Real").

"Outback" é mais uma versão zoomórfica de "Os Sete Samurais" (1954), de Akira Kurosawa, em que um estranho chega a um vilarejo aterrorizado por um vilão e é confundido com um guerreiro.

O estranho é Johnny (voz de Rob Schneider, no original), um koala albino. O vilão é o crocodilo Bog (Alan Cumming). O cenário, o deserto australiano.

Não há nada de errado em tentar reciclar o clássico de Kurosawa. "Vida de Inseto" (1998) e "Rango" (2011) fizeram o mesmo com resultados bastante satisfatórios.

O problema de "Outback" é o roteiro, que lembra uma peça escrita por alunos do primário. Falta carisma aos personagens e graça às piadas.

Filmes como "Outback" podem não possuir valor cinematográfico, mas deveriam ter função social: incentivar os pais a buscar opções de entretenimento -pode ser um parque ou um museu- a seus enfastiados filhos.

OUTBACK - UMA GALERA ANIMAL
DIRETOR Kyung Ho Lee
PRODUÇÃO Coreia do Sul/EUA, 2012
ONDE Butantã Playarte e circuito
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO ruim

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