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Grupo mostra legado de Maurice Béjart

Companhia criada pelo coreógrafo francês, morto em 2007, se apresenta hoje no Theatro Municipal de São Paulo

Com direção de Gil Roman, o Béjart Ballet Lausanne, da Suíça, traz programa com três coreografias

Divulgação
Cena do espetáculo "Ce que L'Amour me Dit", criado em 1974 pelo coreógrafo, bailarino e diretor francês Maurice Béjart
Cena do espetáculo "Ce que L'Amour me Dit", criado em 1974 pelo coreógrafo, bailarino e diretor francês Maurice Béjart

KATIA CALSAVARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O legado do bailarino, coreógrafo e diretor francês Maurice Béjart (1927-2007) permanece vivo. Reconhecido mundialmente por balés que levavam aos palcos doses fartas de teatralidade e por fundir a dança clássica à moderna, o artista continua a inspirar o Béjart Ballet Lausanne (BBL), companhia criada por ele em 1987, na Suíça.

Atualmente dirigida pelo ex-bailarino Gil Roman, que foi discípulo de Béjart desde os tempos do Ballet do Século 20 -criado em 1960 e dissolvido em 1987-, a companhia segue criativa e com a agenda lotada pelo mundo.

À convite da Sociedade de Cultura Artística, o BBL se apresenta de hoje até domingo no Theatro Municipal de São Paulo.

Integram o programa três coreografias: "Ce que l'Amour me Dit" (1974), "Cantate 51" (1966) e a famosa "Boléro", criada em 1960.

Gil Roman diz que muitos novos coreógrafos são chamados para compartilhar ideias e propor criações à companhia. Ele mesmo está em seu quinto trabalho nesse posto, mas não hesita em afirmar: "Para nós, Béjart é insubstituível".

"Ele costumava dizer: 'Não olhe para o que foi, mas para o que está por vir'", diz Roman, para quem o mestre primava pelo rigor dos trabalhos. "A companhia segue como ele a imaginou", completa o coreógrafo.

Pode-se dizer que o programa apresentado no Brasil tem foco em grandes obras da música erudita. "Ce que l'Amour me Dit" é embalada pela "Sinfonia nº3", de Gustav Mahler (1860-1911). "Cantate 51", por Johann Sebastian Bach (1685-1750).

A mais famosa das três coreografias, "Boléro", também se baseia na célebre sinfonia homônima de Maurice Ravel (1875-1937), criada a pedido da bailarina e atriz russa Ida Rubinstein (1885-1960).

O diretor atual da companhia explica que "Boléro", assim como "A Sagração da Primavera" (1959), outro espetáculo clássico de Béjart, são balés místicos. "A música de Ravel é muito conhecida, mas sempre agregamos uma nova graça a sua simplicidade. É um balé atual que, justamente por sua força, exprime o essencial", diz Roman.

DANÇA PARA TODOS

Maurice Béjart iniciou seus estudos de dança aos 14 anos. Após carreira como bailarino em diferentes companhias, participou da fundação do Ballet de L'Étoile, em 1954, em Paris. Mas foi a coreografia "A Sagração da Primavera" que o tornou conhecido mundialmente.

Em 1960, criou o Ballet do Século 20, em Bruxelas, grupo que confirmou seu talento como artista. A partir de 1987, mudou a sede para Lausanne, rebatizando a companhia com o nome de Béjart Ballet Lausanne.

Béjart sempre lutou pela popularização da dança. Da mesma forma, o BBL segue fazendo apresentações gratuitas. "Estamos de portas abertas ao nosso público de Lausanne, oferecendo ensaios e apresentações sem cobrar", finaliza Roman.

BÉJART BALLET LAUSANNE
QUANDO hoje e sex., às 21h; sáb., às 20h; dom., às 17h
ONDE Theatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº; tel. 3397-0327)
QUANTO de R$ 150 a R$ 390
CLASSIFICAÇÃO livre

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