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Compositor britânico Thomas Adès se apresenta com a Osesp
Antes de reger três peças suas à noite, ele faz palestra gratuita
ROBERTO KAZ
DE SÃO PAULO
Em janeiro deste ano, o pianista britânico Thomas Adès, 40, acompanhou a estreia de sua peça "Polaris", tocada pela New World Symphony Orchestra, de Miami.
Ao final, foi chamado ao palco pelo regente Michael Tilson Thomas, que, em agradecimento, ergueu a partitura rente à sua cabeça -indicando, segundo Alex Ross, renomado crítico de música clássica, "que aquela laje sonora de mármore vinha de um compositor vivo".
Agora, ele rege a mesma peça à frente da Osesp. De hoje a sábado, comanda a interpretação de "Polaris" e de outras duas obras de sua autoria: "Asyla" e o concerto para violino "Concentric Paths".
Antes do concerto de hoje, o músico fala sobre sua obra.
Tido como um dos mais importantes compositores da atualidade, Adès já compôs para as filarmônicas de NY e Los Angeles. Simon Rattle, diretor da Filarmônica de Berlim, o considerou "o compositor mais extravagantemente dotado" da nova geração.
Adès falou à Folha por telefone. Disse que suas peças refletem a situação política e cultural presente: "Você não pode fingir que está em 1890".
Ainda assim, acredita que, mesmo vivendo na Inglaterra, a crise europeia não mudará seu estilo: "Nos jornais, você vê que a Europa está pegando fogo. Mas ainda não senti o cheiro da fumaça".
Mais dramáticas, para ele, são as limitações do mercado fonográfico. "Se você quer gravar, é preciso se adaptar à realidade das gravadoras. É como na Primeira Guerra, em que se escrevia para grupos pequenos, porque não havia dinheiro para orquestras".
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