São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Rumos mostra novas formas de pensar a dança

Itaú Cultural e outros dois espaços em São Paulo mostram a partir de amanhã 30 coreografias inéditas de oito Estados

Mostra reúne criações para o palco e trabalhos em videodança selecionados pela edição 2006/2007 do programa Rumos Dança


RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Seja no vídeo, seja no palco, todas as coreografias que integram a mostra Rumos Dança, de amanhã ao dia 11, têm em comum a busca por novas formas de pensar e de fazer dança contemporânea no país. As apresentações, gratuitas, dividem-se entre o Itaú Cultural, o Teatro Gazeta e a Sala Crisantempo, em São Paulo.
A seleção inclui 25 coreografias ao vivo e cinco trabalhos em videodança, todos inéditos, de oito Estados, além de seminários e do lançamento do livro "Húmus 2", organizado pela coreógrafa Sigrid Nora.
São coreografias que, selecionadas entre os mais de 650 projetos inscritos para a edição 2006/2007 do Rumos, tiveram suas pesquisas bancadas pelo Itaú Cultural -não apenas financeiramente, segundo Sonia Sobral, 45, gerente de artes cênicas da instituição. "Nosso apoio permite a aproximação entre profissionais de várias partes do país e a difusão de seus trabalhos, como acontece agora nesta mostra", diz.
O resultado de tais pesquisas o público vai conhecer praticamente junto com as comissões de seleção do Rumos. "Os ensaios acabaram de começar. Não vi todos ainda, mas alguns me instigam." Sobral destaca o trabalho de Graco Alves, do Ceará, e de Gustavo e Roberto Ramos, do projeto D.A.M., de São Paulo. "O Graco faz uma pesquisa difícil sobre a insanidade mental [em "Magno Pirol'], que, se der certo, vai ser incrível. O Gustavo e o Roberto são pesquisadores obsessivos que fazem um estudo do som que vem da dança [em "Spiro']."
Outro destaque é o trabalho do músico, ator e dançarino pernambucano Helder Vasconcelos, ex-integrante do grupo Mestre Ambrósio. O solo "Por Si Só" fala sobre escolha e transformação a partir do ponto de vista de Vasconcelos, formado na tradição regional.
"Muitas das questões desses trabalhos têm a ver com identidade. Há pessoas do Nordeste que querem discutir as danças regionais num contexto mais universal. É algo que já não interessa só a eles mesmos."

Videodança
A maior surpresa do programa, diz Sobral, foi o número de inscrições de obras em videodança: 128, um aumento de mais de 70% em relação à edição anterior. "Foi uma seleção difícil. Muita gente inscreveu espetáculos para o palco que queria registrar em vídeo ou obras que eram cinema, e não dança, e precisávamos distinguir essas nuances", diz Sobral.
Foram selecionadas cinco propostas, de grupos como o baiano Dimenti, que enxergaram o diálogo entre o vídeo e a dança. As equipes receberam R$ 15 mil cada uma e participaram de um workshop com o diretor inglês David Hinton, que esteve no Brasil em setembro, apresentando obras que dirigiu para a companhia inglesa DV8 Dance Theatre.


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