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Rumos mostra novas formas de pensar a dança
Itaú Cultural e outros dois espaços em São Paulo mostram a partir de amanhã 30 coreografias inéditas de oito Estados
Mostra reúne criações para o palco e trabalhos em videodança selecionados pela edição 2006/2007 do programa Rumos Dança
RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Seja no vídeo, seja no palco,
todas as coreografias que integram a mostra Rumos Dança,
de amanhã ao dia 11, têm em comum a busca por novas formas
de pensar e de fazer dança contemporânea no país. As apresentações, gratuitas, dividem-se entre o Itaú Cultural, o Teatro Gazeta e a Sala Crisantempo, em São Paulo.
A seleção inclui 25 coreografias ao vivo e cinco trabalhos
em videodança, todos inéditos,
de oito Estados, além de seminários e do lançamento do livro
"Húmus 2", organizado pela
coreógrafa Sigrid Nora.
São coreografias que, selecionadas entre os mais de 650 projetos inscritos para a edição
2006/2007 do Rumos, tiveram
suas pesquisas bancadas pelo
Itaú Cultural -não apenas financeiramente, segundo Sonia
Sobral, 45, gerente de artes cênicas da instituição. "Nosso
apoio permite a aproximação
entre profissionais de várias
partes do país e a difusão de
seus trabalhos, como acontece
agora nesta mostra", diz.
O resultado de tais pesquisas
o público vai conhecer praticamente junto com as comissões
de seleção do Rumos. "Os ensaios acabaram de começar.
Não vi todos ainda, mas alguns
me instigam." Sobral destaca o
trabalho de Graco Alves, do
Ceará, e de Gustavo e Roberto
Ramos, do projeto D.A.M., de
São Paulo. "O Graco faz uma
pesquisa difícil sobre a insanidade mental [em "Magno Pirol'], que, se der certo, vai ser
incrível. O Gustavo e o Roberto
são pesquisadores obsessivos
que fazem um estudo do som
que vem da dança [em "Spiro']."
Outro destaque é o trabalho
do músico, ator e dançarino
pernambucano Helder Vasconcelos, ex-integrante do grupo Mestre Ambrósio. O solo
"Por Si Só" fala sobre escolha e
transformação a partir do ponto de vista de Vasconcelos, formado na tradição regional.
"Muitas das questões desses
trabalhos têm a ver com identidade. Há pessoas do Nordeste
que querem discutir as danças
regionais num contexto mais
universal. É algo que já não interessa só a eles mesmos."
Videodança
A maior surpresa do programa, diz Sobral, foi o número de
inscrições de obras em videodança: 128, um aumento de
mais de 70% em relação à edição anterior. "Foi uma seleção
difícil. Muita gente inscreveu
espetáculos para o palco que
queria registrar em vídeo ou
obras que eram cinema, e não
dança, e precisávamos distinguir essas nuances", diz Sobral.
Foram selecionadas cinco
propostas, de grupos como o
baiano Dimenti,
que enxergaram o diálogo entre
o vídeo e a dança. As equipes receberam R$ 15 mil cada uma e
participaram de um workshop
com o diretor inglês David Hinton, que esteve no Brasil em setembro, apresentando obras
que dirigiu para a companhia
inglesa DV8 Dance Theatre.
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